Um laudo da Polícia Científica divulgado ontem aponta que Bruno Emidio da Silva Junior, de 33 anos, que morreu atingido com um tiro no rosto após subir em um muro de uma casa no Distrito do Pirapó, em Apucarana, havia consumido cocaína e estava com 12,2 dg/L de álcool no sangue. O advogado da família diz que laudo “não justifica” crime.
Bruno foi morto em 9 de março deste ano durante uma confraternização. O autor do disparo, Agnaldo da Silva Oroski, de 42 anos, foi preso quatro dias após o crime e está detido na Cadeia Pública de Apucarana aguardando julgamento.
O assassinato, que foi gravado por uma câmera de segurança, gerou repercussão nacional. A defesa de Agnaldo pretende usar o laudo no processo, que está na fase final e deve ir para júri popular, sem data ainda definida.
O advogado Carlos Augusto Santana, que representa o acusado, afirmou que o laudo é importante para “mostrar aos jurados o que realmente aconteceu” no dia do crime. A defesa sustenta a tese de que o crime foi praticado em “legítima defesa putativa”, termo utilizado nos casos em que o autor do crime foi induzido ao erro, já que a vítima subiu no muro da residência por volta das 23 horas.
O advogado Lucas Cardoso, que representa a família da vítima, afirmou, por outro lado, que o resultado do laudo “não muda em nada” a estratégia de acusação. “A defesa do réu vai usar isso para justificar o que Agnaldo fez, porém, as imagens já dizem por si só o que ocorreu. A vida pessoal da vítima não interfere no processo; o que está sendo discutido é o homicídio”.
O advogado reforça que o réu teve intenção de matar. “Infelizmente, Bruno não está aqui para se defender, mas isso não interfere em nada na forma como vamos agir. As imagens são claras; nenhuma outra situação justifica a atitude lamentável de Agnaldo em se achar no direito de tirar a vida de alguém. Nós esperamos e confiamos na Justiça do Paraná e queremos e esperamos que ele permaneça preso até o dia do júri popular”, disse o defensor.