As mensalidades das escolas particulares de Apucarana devem ficar até 9,5% mais altas em 2024. O índice consultado pela Tribuna junto às principais instituições da rede privada da cidade está bem acima da inflação de 4,65% projetada para 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na instituição de ensino administrada pelo diretor Tiago Almeida o reajuste será de 9%. Ele justifica que a base de cálculo não considera apenas a inflação, mas também outros fatores como folha de pagamento de funcionários, além de gastos com alimentação, energia, água, papelaria, e investimentos na estrutura física.
“Analisamos a nossa planilha de custos internos, acordos salariais das bases sindicais que trabalham conosco como professores e outros funcionários e pensamos em uma forma de dividir isso com as famílias, porque se repassarmos exatamente tudo que subiu o reajuste seria ainda maior. Somos uma empresa prestadora de serviços educacionais, e temos custos diferentes. Nossa matéria-prima são pessoas para fabricar pessoas”, justifica Almeida.
Na rede de escolas gerenciadas pelo professor Osvaldo Massaji Ohya o reajuste foi estabelecido em 8,6%. De acordo com ele, o sindicato regional teria recomendado aumento mínimo de 8% e máximo de 11%. “Na realidade o reajuste vai de acordo com os gastos das escolas e também os investimentos que são direcionados. No nosso caso temos investido muito na melhoria da estrutura das escolas e esses investimentos devem ser colocados na planilha”, explica.
Em outra escola particular consultada pela reportagem o índice ficou definido em 9,5%. Em texto encaminhado aos pais, a instituição justificou o índice de reajuste com base em prognósticos de aumentos salariais do corpo docente da instituição e da estimativa de investimentos que visam o aprimoramento dos processos pedagógicos.
O economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) observa que índice apresentado está bem acima da inflação prevista para 2023, embora não exista teto legal de majoração, o economista considera o aumento exagerado diante da atual conjuntura econômica.
“O maior centro de custo das escolas é o de pessoal, mas não é somente este. Mesmo se derem reajustes salariais de 10% para professores e funcionários administrativos não se justifica um reajuste deste nas mensalidades. Os usuários deveriam utilizar questionar este reajuste e solicitar memória de cálculo para tal índice”, avalia o economista.
Embora esteja acima da inflação do período, os reajuste locais estão dentro da média prevista nacionalmente, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que aponta índices entre 7% e 9%