“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15, 16).
Passadas as celebrações da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, nossa Diocese, repleta da alegria da Ressurreição e iluminada pela Luz que brota do Coração do Ressuscitado, celebra a ordenação de 18 novos Diáconos Permanentes que, a exemplo de Jesus, se colocam à serviço da Igreja e dos irmãos. Escolhidos do meio do povo, os Diáconos Permanentes têm uma missão toda especial e necessária dentro das comunidades onde vivem, pois, sendo uma parcela do povo, destacam-se por ser parte integrante da Ordem Ministerial da Igreja, através da imposição das mãos do Bispo Diocesano, que a eles confere a tríplice função de serviço à Igreja de Jesus Cristo: Palavra, Liturgia e Caridade.
São-lhes impostas as mãos ‘não para o sacerdócio, mas para o serviço’. “Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O Sacramento da Ordem marca-os com um selo (‘caráter’) que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura com Cristo, que se fez ‘diácono’, isto é, o servo de todos. Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o Bispo e os Sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade.” (Catecismo da Igreja Católica, 1570).
São três os graus do Sacramento da Ordem, estabelecidos de forma muito clara pela Igreja: em primeiro o Bispo, depois o Sacerdote, que age pelo poder estabelecido pelo Bispo, e, em último, o Diácono Permanente, não como um sacerdote, mas consagrado com um ministério de serviço, pois, fortalecido pela graça sacramental, se coloca à serviço do povo de Deus em restrita união com o Bispo e o Sacerdote.
Desde a Igreja primitiva, ficou estabelecida a importância do Diaconato Permanente e seu auxílio precioso aos 12 primeiros Apóstolos, conforme Atos 6, 1-6: “Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar. Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício. Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra. Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos.” (Atos 6, 1-6).
O Diácono Permanente é, na Igreja e para a Igreja, a expressão de Jesus Cristo, que veio para servir e não para ser servido. Ele não vive à parte de sua comunidade e sim, vive presente nela, com sua família, seu trabalho diário e sua vida normal, porém, tem em si a marca indelével da Consagração Diaconal, que o torna diferente no sentido de ser a presença de Cristo Vivo e Misericordioso nos lugares onde o Bispo e o Sacerdote, por vezes, não conseguem atingir. Escolhidos pelo testemunho de vida cristã, os Diáconos Permanentes devem ser homens de fé ardente, reputação ilibada, obedientes ao Bispo e dóceis ao Espírito Santo, para que por Ele se deixem guiar a fim de serem presença efetiva e ativa da Igreja no meio do povo. A Família Missionária Diocesana de Nossa Senhora de Lourdes, acolhe com amor e alegria os 18 novos Diáconos consagrados que, unidos aos já 96 existentes, perfazem um total de 114 Diáconos Permanentes. Todos os fiéis diocesanos, filhos amados de Nossa Senhora de Lourdes, nossa querida e amada Padroeira, somos chamados à missão e ao discipulado, juntamente com o Bispo, os 93 padres, os 114 Diáconos Permanentes, 31 Seminaristas e as 28 Religiosas que formam esta grande e bonita Família Diocesana. Formados no Coração de Jesus, chamados por Deus a servir à Igreja e aos irmãos, rezemos para que o nosso sim seja sempre renovado pela Palavra e pela Eucaristia. Que a Luz de Cristo Ressuscitado ilumine e guie nossos passos no caminho da evangelização, caridade e amor.