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Paralisações nas estradas suspendem aulas nas universidades

Renan Vallim

| Edição de 25 de maio de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A greve dos caminhoneiros, que segue hoje para o quinto dia, fez com que as aulas nas faculdades e universidades da região fossem suspensas. O transporte escolar em vários municípios também ficou comprometido. A Viação Apucarana Ltda. (VAL) também informou que irá reduzir o número de ônibus circulando no transporte coletivo da cidade a partir de hoje.

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A dificuldade de transporte motivou a paralisação por parte das instituições de ensino. O campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) divulgou nota esclarecendo que as aulas foram suspensas a partir do período noturno de ontem, até a próxima segunda-feira (28), quando a direção irá reavaliar a situação.
Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), todos os campi suspenderam o calendário letivo e também os serviços administrativos a partir de segunda-feira. Na Faculdade de Apucarana (FAP) e na Faculdade do Norte Novo de Apucarana (Facnopar), as aulas foram suspensas ontem e hoje. Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) suspendeu as aulas em três campi, incluindo o de Jandaia do Sul. 
A rede estadual de ensino também foi afetada. De acordo com a chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana, Maria Onide Balan Sardinha, os municípios de Mauá da Serra, Borrazópolis e Faxinal foram os mais afetados ontem. “Muitos alunos e até mesmo professores não conseguiram chegar às escolas destas cidades por dificuldades de transporte. Apesar disso, as aulas não serão paralisadas. Os professores estão sendo orientados a não ensinarem conteúdos novos nestes dias, para não prejudicar os faltantes”.
Ela afirma que observa a situação com apreensão. “A tendência é de que o transporte escolar em mais municípios seja afetado. A merenda escolar também já está prejudicada, pois não estamos conseguindo distribuir os produtos nas escolas”.

TRANSPORTE COLETIVO
Reunidos na manhã de ontem com o secretário-chefe de gabinete, Laércio de Morais, representantes da Viação Apucarana Ltda (VAL) informaram que, devido à greve dos caminhoneiros, a empresa terá que reduzir os ônibus em circulação na cidade. Dos 51 ônibus em circulação fixa na cidade, nove não sairão da garagem a partir de hoje.
“Com a redução dos ônibus, teremos diesel suficiente para rodar até o meio da semana que vem. Procuramos tomar uma decisão que impactasse menos possível o usuário. Nossa expectativa é de que, até lá, a situação já estará normalizada. Mas, caso a greve não se resolva, fatalmente chegaremos ao ponto de sermos obrigados a parar toda a frota”, afirma o diretor da VAL, Roberto Jacomelli.
De acordo com o encarregado operacional, Leuzé dos Santos, a Viação Apucarana irá reduzir a partir de hoje, no horário das 8h30 às 16h40, linhas que atendem a Vila Reis, Núcleo João Paulo, Dom Romeu, Sanches dos Santos, Sumatra, Jaçanã, Michel Soni e Adriano Correia. 
Com a redução de linhas e carros nas ruas, a empresa espera economizar cerca de seiscentos litros de diesel por dia. 
Na tarde de ontem, carreatas percorreram os centros de Apucarana e Arapongas, em apoio ao movimento dos caminhoneiros. Taxistas também ofereceram suporte aos protestos, entregando alimentos aos manifestantes.

Prefeituras suspendem serviços
Há também prejuízo nas redes municipais de ensino. Arapongas suspendeu, a partir de hoje, todo o transporte escolar por falta de combustível para os ônibus e vans. Cerca de 4 mil alunos ficarão sem o serviço. “Infelizmente, tivemos que tomar esta decisão. Mas a aula na maioria das escolas não será suspensa. Apenas as quatro escolas que temos na zona rural ficarão sem aulas”, afirma Paulo Valério, secretário municipal de Educação. A coleta de lixo reciclável também foi suspensa no município.
Em Apucarana, a Autarquia Municipal de Educação anunciou a possibilidade de faltar combustível para o transporte escolar se a greve persistir. De acordo com nota oficial, alguns fornecedores da merenda escolar não conseguiram entregar os produtos nesta semana e, por isso, as nutricionistas do município orientaram as escolas a adaptar os cardápios de acordo com os alimentos que possuem em estoque.
Em Bom Sucesso, além do transporte escolar paralisado desde ontem, a coleta de lixo também ficará prejudicada nos próximos dias, mas não será totalmente paralisada. Já em Faxinal, até mesmo o serviço de Saúde foi afetado. “Mesmo sendo tratadas como prioridade, as ambulâncias só serão deslocadas em casos de emergência”, diz Ylson Cantagallo, prefeito de Faxinal.
Em São Pedro do Ivaí, o transporte escolar municipal será interrompido a partir de hoje. As ambulâncias com atendimentos emergenciais e o transporte de pacientes que fazem tratamento de hemodiálise, quimioterapia e radioterapia para outros municípios continuam sendo atendidos pela secretaria de Saúde. A prefeitura informa ainda que os serviços rodoviários como tratores, caminhões e máquinas também foram paralisados.

Reunião entre governo e representantes termina sem acordo
Na segunda reunião com representantes de onze categorias de caminhoneiros, o governo buscou um acordo, mas nem todos os presentes aceitaram a proposta. O representante da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, negou o acordo proposto pelo governo de suspender a paralisação por um período entre 15 dias a um mês enquanto o governo continua trabalhando para reduzir o preço do diesel. 
Lopes disse que outros líderes da categoria se mostraram receptivos à proposta de suspender a paralisação, mas ele se recusou e deixou o local antes do fim da reunião. A Abcam representa 700 mil caminhoneiros, com 600 sindicatos espalhados pelo Brasil. 
Ele disse ainda que não fala em suspender a paralisação enquanto o Senado não aprovar a isenção do PIS/Cofins, projeto aprovado pela Câmara.
Ontem, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou uma série de medidas para garantir a continuidade do abastecimento de combustíveis nos postos e também para coibir a prática de preços abusivos, que inclui a liberação de bandeiras e flexibilização da obrigatoriedade de misturar etanol na gasolina e biodiesel no diesel.