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Paraná cria comitê intersetorial contra dengue

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS CURITIBA

| Edição de 19 de dezembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou ontem que o Paraná está em guerra contra a dengue. Ele convocou a população a colaborar no combate ao mosquito transmissor da doença para evitar o risco de uma grande epidemia no Estado. Em encontro no Palácio Iguaçu, o governador assinou decreto que instituiu o Comitê lntersetorial de Controle da Dengue no Paraná.

“É uma convocação para todo o Estado. Queremos que população do Paraná entre no combate à dengue. Precisamos conscientizar a todos sobre os cuidados para evitar uma epidemia, que pode acontecer”, ressaltou Ratinho Junior. “Estamos todos juntos nessa verdadeira guerra. A dengue mata”, completou.
Ratinho Junior afirmou que o governo organiza um grande mutirão para conter o avanço da doença, com a participação dos órgãos estaduais, prefeituras, instituições da sociedade civil, entidades do setor produtivo, igrejas, associações e clubes de serviço.
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado terça-feira (17), foram registrados 3.293 casos confirmados da doença desde 28 de julho. O número é 2.950% maior quando comparado com o mesmo período do ano passado (108 casos), o que reforçou o alerta por parte do governo estadual.
“É uma política de enfrentamento, um programa de Estado. São 5 mil agentes espalhados por todo o Paraná, mas que precisam da colaboração da população para evitar a água parada, ajudar a limpar as casas e terrenos baldios para acabar com os focos da doença, a mais importante maneira de contê-la”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
De acordo com o secretário, existem quatro sorotipos de dengue e quem pegou a doença não está imunizado. Neste ano, ressaltou, cerca de dois terços da doença registrada no Paraná são do sorotipo 2 (DENV-2), considerada mais resistente.
Ele lembrou também que o mosquito ficou mais forte, diminuindo a eficácia de repelentes e do fumacê, o veneno mais usado contra o transmissor. O Ministério da Saúde está em fase final de estudos para a substituição do inseticida. “Por isso a necessidade de falar abertamente com as pessoas para diminuir os danos”, disse.

COMITÊ  
A principal atividade do Comitê Intersetorial, que é coordenado pela Secretaria da Saúde, será espalhar por todos os municípios paranaenses informações de como conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.
Além disso, o grupo fica responsável pelo acompanhamento semanal do boletim epidemiológico, que servirá de parâmetro para novas ações, como mutirões de prevenção com foco na eliminação de criadouros do mosquito transmissor.
O comitê reúne diversas secretarias, autarquias e empresas públicas do Estado, com o suporte de agentes da sociedade civil organizada, como igrejas, federações e sindicatos. Ficará em funcionamento até que a doença seja controlada, com especial atenção para o período do verão, considerado mais crítico.
O Governador Ratinho Junior conseguiu junto ao Governo Federal que Foz do Iguaçu seja uma das cidades destacadas para o teste de um novo método que pretende reduzir a capacidade de o Aedes aegypti transmitir os vírus da dengue, zika e chikungunya. A cidade do Oeste é um dos pontos críticos no Estado por causa do clima, favorável à reprodução do mosquito.
Conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo é feito a partir da inoculação do micro-organismo Wolbachia nos Aedes. Pesquisadores apontaram que o mosquito perde a capacidade de transmitir o vírus durante a picada. “Mas antes disso precisamos vencer a batalha agora, nesse chamamento para a população do Paraná ficar alerta”, reforçou Ratinho Junior.