O Paraná será o primeiro Estado brasileiro a oferecer, no sistema público de saúde, o dispositivo de assistência ventricular, conhecido popularmente como coração artificial, a pacientes que aguardam pelo transplante cardíaco. Na última semana, a Secretaria de Estado da Saúde disponibilizou R$ 1,4 milhão à Santa Casa de Misericórdia de Curitiba para a aquisição dos equipamentos. O hospital é responsável por metade dos transplantes de coração feitos no Estado.
Ontem, uma equipe da Santa Casa se reuniu, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, com o governador Beto Richa para apresentar o aparelho que prolonga a vida de quem aguarda por um transplante cardíaco. Dados da Central Estadual de Transplante mostram que 55% dos pacientes que estão na fila de espera por um coração morrem antes de serem submetidos à cirurgia, o que deve ser revertido com a utilização do coração artificial.
“O Paraná se mostra mais uma vez pioneiro no avanço da saúde pública, desta vez no cuidado com a vida de quem aguarda por uma cirurgia de transplante de coração”, afirmou Richa. “O Estado já disponibiliza todos os medicamentos necessários e se destaca na captação de órgãos. Agora, oferecerá um novo recurso para prolongar a vida dos pacientes que precisam passar por esse procedimento”, ressaltou.
Segundo o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto este é um importante passo para o enfrentamento à insuficiência cardíaca, uma das doenças que mais cresce no Brasil.
“Com este dispositivo, teremos condição de dar uma sobrevida importante ao paciente enquanto buscamos ampliar a captação de órgãos”, afirmou.
Em 2015, foram feitos 28 transplantes cardíacos no Estado, 15 deles na Santa Casa de Curitiba. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, atualmente, 43 pacientes estão na lista de espera por um coração.
A cardiologista responsável pelo Programa de Transplante Cardíaco da Santa Casa de Curitiba, Lídia Moura, destacou que a utilização de dispositivos de assistência circulatória mecânica é, na maioria dos casos, a única possibilidade de sobrevivência durante a espera do doador.
“Em alguns casos, nem o medicamento funciona. O dispositivo fará a ponte desde o momento em que o coração começa a falir até a chegada de um novo órgão”, ressaltou.