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PF mira Sheik do Bitcoin suspeito de lesar 40 apucaranenses em R$ 4mi

Arte Final

| Edição de 06 de outubro de 2022 | Atualizado em 06 de outubro de 2022

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A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na manhã de ontem para cumprir 20 mandados de busca e apreensão em três estados contra suspeitos de integrarem uma quadrilha investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior. Entre as vítimas estão moradores de Apucarana, - que tiveram um prejuízo de quase R$ 4 milhões - e a modelo Sasha Meneghel - filha da apresentadora Xuxa - que perdeu aproximadamente R$ 1,2 milhão. De acordo com a PF, a quadrilha é suspeita de movimentar cerca de R$ 4 bilhões somente no Brasil. 

Segundo a polícia, o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como ‘Sheik dos Bitcoins’, que mora em Curitiba, é apontado como chefe do esquema criminoso. Silva é apontado como o proprietário da empresa que sequestrou as criptomoedas dos apucaranenses em meados do ano passado. 

Batizada ‘Poyais’, a ofensiva mira supostos crimes de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e delitos contra o sistema financeiro nacional praticados desde 2016. A apuração que teve início a partir de informações da Homeland Security Investigations - agência de investigação dos Estados Unidos, via Interpol.

Grande parte do dinheiro arrecadado pelo grupo era usado para compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e outros gastos. Parte desses bens foram apreendidos na operação.

“No Brasil, constatou-se que o investigado logrou êxito em iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços por ele prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido’, diz a PF.

Mais de 40 pessoas de Apucarana moveram uma ação coletiva na Justiça após sofrerem um golpe com prejuízo de quase R$ 4 milhões. 

As vítimas tiveram suas criptomoedas sequestradas por uma empresa que pertence ao Sheik dos Bitcoins e agora pedem um ressarcimento de aproximadamente R$ 50 milhões. Ao todo, mais de 80 pessoas foram lesadas na região.

O apucaranense Fabrício Vicentini, que está entre essas vítimas, disse que já suspeitava que tratava-se de uma organização criminosa que atuava também no exterior.  “Eu já imaginava que esse esquema era grande, pois essa empresa atuava em 15 países. Eu participei de uma reunião em Hong Kong com mais de 2 mil pessoas. Então imagine o prejuízo que foi lá”, disse.

Vicentini espera que a justiça seja feita porque muitas pessoas aplicaram seu dinheiro esperando alto rendimento. “ Uma situação de um homem que roubou dinheiro de milhares de pessoas e tem mansão, anda de avião, tem mansão em Miami. A gente espera por justiça. Acredito que o correto é que esse cidadão seja preso e pague pelo que ele fez e que o dinheiro essas pessoas recebam o dinheiro com valor corrigido. Esse seria o mais justo”, comenta.

Segundo o apucaranense, o Ministério Público (MP) foi  favorável à ação  e a expectativa é que assim que juiz der a sentença, que ele acredita que será favorável à causa, o advogado que cuida do caso solicitará o bloqueio de bens.