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Preço do gás de cozinha aumenta 25% em 40 dias

Adriana Savicki

| Edição de 10 de julho de 2018 | Atualizado em 09 de julho de 2018

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Anunciado na semana passada pela Petrobras, o reajuste do gás de cozinha comercializado em botijões de 13 kg já está valendo para o consumidor. Ontem, a maioria das revendas de Apucarana estava entregando o produto por R$ 75, um reajuste de R$ 5, equivalente a 7,1%. A nova tabela de preços nas refinarias, anunciada na última quarta-feira, consolidou um processo de alta que segue desde o final de maio, pressionado pelo aumento natural da demanda no período e pela paralisação dos caminhoneiros. Em pouco mais de um mês, o reajuste foi de 25%.

Imagem ilustrativa da imagem Preço do gás de cozinha aumenta 25% em 40 dias

Antes da greve, o botijão de 13 kg estava sendo vendido, em média a R$ 60 para pronta entrega em Apucarana, valor 25% menor que o preço atual após reajuste. Com o desabastecimento que se seguiu e, cuja normalização demorou semanas, o produto sofreu grandes oscilações de preço e tinha se estabilizado em R$ 70.
Gerente de uma revenda de gás, Fabiana Zambonini, repassou o novo preço de tabela ontem. “O preço subiu logo depois da greve porque o gás vinha de outras cidades mais distantes, aumentando o custo. Era uma alta das companhias, agora a alta é da Petrobrás”, comenta. Segundo ela, o reajuste chega em um momento que o setor estava se recuperando dos prejuízos decorrentes do desabastecimento. “Para o cliente, nunca é bom subir preço”, comenta.
Proprietário de uma revenda, Ivo Guerra, destaca que o período é de tradicional reajuste do produto. “No inverno, o consumo de gás aumenta 30%. Nós já chegamos a vender gás a R$ 80 em dezembro do ano passado e aí houve uma resposta do governo e também começamos a ter subsídios das companhias. Agora acabou o subsídio e o preço aumentou, o que é complicado nessa época. Eu fiquei 20 dias sem vender nada por causa da greve e quando o preço aumenta, as vendas caem”, afirma.
Em Arapongas, o botijão de 13 kg também está sendo comercializado entre R$ 69 e R$ 75 a pronta entrega nas revendas. Proprietário de uma revenda, Pedro Folk avalia que esse não foi um bom momento para o reajuste. “O fator preço alto sempre derruba as vendas, além de deixar o consumidor irritado”, destaca. Ele critica a atual política de preços adotada pelo governo. “Veja bem, nas refinarias o aumento foi de 4,4% e não vai ficar só nesse aumento no ano, um índice que é bem maior que a inflação. É complicado explicar isso para o cliente. 

AUMENTO
Ao anunciar reajuste de 4,4% semana passada, a Petrobras argumentou que o aumento reflete a desvalorização do real frente ao dólar, que acumula 16% nos últimos três meses, e a elevação das cotações internacionais de 22% no mesmo período.
O gás vendido em botijões de 13 quilos é reajustado a casa três meses, segundo política iniciada em janeiro com o objetivo de tentar suavizar o repasse ao consumidor das variações das cotações internacionais.