As demissões geradas pelas dificuldades econômicas enfrentadas pelo país fizeram com que o movimento na Agência do Trabalhador de Apucarana se intensificasse. Dados de outubro desse ano, divulgados ontem, apontam um aumento de 56% nos encaminhamentos de pessoas desempregadas para entrevistas e testes, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Em outubro de 2014, 599 pessoas foram encaminhadas para o preenchimento de vagas no mercado de trabalho apucaranense. No mesmo mês deste ano, foram 934 trabalhadores. O que não significa um aumento no número de ofertas de vagas, visto que alguns desses candidatos podem estar sendo encaminhados para uma mesma vaga.
O gerente da Agência do Trabalhador de Apucarana, Lucas Leugi, acredita que o aumento nos encaminhamentos é um dado positivo. “Acredito que esse aumento acontece pelo maior volume de pessoas buscando o mercado formal de trabalho. Isso é importante”, assinala ele.
Os últimos dados de admissões e demissões em Apucarana divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é de setembro deste ano. O levantamento aponta que 970 pessoas foram contratadas no município durante o mês em questão, porém 1.129 foram demitidas, resultando em um saldo negativo de 159. O mesmo mês de 2014 mostra um mercado de trabalho bem mais aquecido: foram mais de 1.526 contratações contra 1.613 demissões, saldo de -87. De setembro de 2014 a setembro de 2015, Apucarana contratou 15,9 mil pessoas e demitiu 18,2 mil, com saldo ficando em -2.355. Ontem, o IBGE divulgou nova pesquisa nacional do desemprego (ver box) de outubro, cujo índice alcançou 7,9%.
Apesar dos dados negativos, Lucas Leugi aponta uma recuperação nos últimos meses. “O tempo de espera das pessoas que vêm aqui procurando emprego já foi bem maior. Hoje não demora tanto para que pelo menos uma entrevista seja marcada. Outro dado importante é que poucas pessoas retornam na Agência do Trabalhador com frequência. Ou seja, boa parte delas está conseguindo alguma vaga”, diz.
Essa recuperação pode ser observada através de Anderson Derewlany, de 41 anos. Desempregado há um mês, o operador de bordado já conseguiu duas entrevistas. “Achei que a situação estaria mais complicada, mas até que estou indo bem. Agora é esperar o resultado das entrevistas e torcer”, afirma.
Mais recente ainda foi a demissão de Oséias Paulo da Costa, de 26 anos, que aconteceu há uma semana. Ele se mostra esperançoso. “Vejo que a maior exigência do mercado é a experiência. Eu tenho algum tempo de serviço na área de almoxarifado e expedição e, por isso, acredito que logo consigo alguma coisa”, afirma.
A procura por uma vaga também abrange outros municípios, como é o caso de Rique Hideki Abe, de 27 anos. O operador de bordado de Califórnia está à procura de emprego há um ano. “A crise atingiu muita gente. Por isso fui demitido. Mas tenho esperança de que logo eu consigo me recolocar no mercado”, diz