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Programa de reciclagem e segurança alimentar beneficia 13 mil famílias

Da Redação

| Edição de 08 de dezembro de 2022 | Atualizado em 08 de dezembro de 2022
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O que iria para o lixo, na maior parte das vezes sem ser reciclado, se transformou em alimento na mesa de 13 mil famílias. O Programa Feira Verde, implantado em maio deste ano pela Prefeitura, vem contribuindo para ampliar a cultura da reciclagem, da segurança alimentar e da sustentabilidade nos bairros.

A garrafa pet - que alguma vezes acaba parando na rua – tem junto com outros materiais gerado números robustos de reciclagem. Ao todo, o programa recolheu em quase sete meses 121 toneladas de materiais recicláveis. “A gente percebe que os bairros por onde passa o Feira Verde estão mais limpos”, pontua o vereador Rodrigo Lievore, que sugeriu a criação do programa ao prefeito Junior da Femac.

Pressionada com a alta do preço nos alimentos, especialmente de hortifrutigranjeiros, as famílias participantes levam para casa produtos frescos. “Durante o programa, disponibilizamos uma cesta com cerca de 30 itens, entre frutas, verduras, legumes e produtos da agricultura familiar. Eram alimentos que muitas famílias não tinham condições financeiras para comprar e passaram a ter acesso”, assinala o prefeito Junior da Femac.

Na outra ponta estão os agricultores familiares que ganharam a garantia de compra dos seus produtos. “O Município já adquiria alimentos dos agricultores, destinados ao programa de merenda escolar e a entidades sociais. O Feira Verde é mais uma possibilidade que se abriu para a comercialização dos produtos”, avalia Gérson Canuto, secretário municipal de Agricultura. 

O programa também tem importante alcance social, na medida que gera renda aos cerca de 70 trabalhadores da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap). Na média, estão sendo realizadas cinco edições por semana do programa e, em cada uma delas, um caminhão da Cocap está presente. “Todo o material trazido pela população, como papel, papelão e plástico, é pesado e se constitui em moeda de troca, tanto para os moradores que recebem alimentos neste intercâmbio como para os cooperados da Cocap que conseguem aumentar a sua renda”, avalia Antônio Roberto Nogueira, administrador da Cocap.

O Feira Verde vem promovendo uma mudança de hábito na população. Nogueira conta que antes do programa os caminhões da Cocap voltavam de alguns bairros praticamente vazios e agora o caminhão vem lotado. “As pessoas já se acostumaram a separar o lixo em casa e aguardar pelo retorno do Feira Verde, mostrando que o modelo de troca do reciclável pelo hortifruti veio para ficar”, reforça Nogueira. No Residencial Solo Sagrado onde ocorreu a edição de lançamento, por exemplo, o Feira Verde já voltou seis vezes, resultando numa média de um retorno por mês. 

Mobilização  e logística garantem entregas 

A mobilização das famílias para cada edição do Feira Verde é feita principalmente através das escolas. “Fazemos a mobilização da comunidade através dos alunos, informando por meio de bilhete na agenda e dos grupos de whatsapp. Pedimos para os estudantes conscientizarem seus familiares, falando sobre a importância da correta destinação, fazendo a reciclagem do lixo e trazendo para a troca por hortifrutigranjeiros”, contou Amanda Tavares, diretora da Escola Municipal Papa João XXIII. 

Edeson Martins, que coordena o recebimento dos produtos junto aos agricultores familiares, afirma o Município adquire mais de 30 itens. Martins afirma que o programa possui uma logística garantindo que os produtos cheguem frescos para as famílias. “Os hortifruti são fornecidos por agricultores familiares um dia antes da feira acontecer no bairro. Os produtos são entregues na parte da manhã, à tarde nossa equipe faz a separação das sacolas, à noite eles são conservados na câmara fria e no outro dia eles são repassados às famílias”, explica. 

O programa encerrou as atividades de 2022 e retomará normalmente a agenda de visitas aos bairros no começo de janeiro.