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Reajuste de 8,87% no óleo diesel gera alerta no setor de transportes

Fernando Klein

| Edição de 09 de maio de 2022 | Atualizado em 09 de maio de 2022

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Anunciado ontem pela Petrobras, o reajuste de 8,87% no preço do diesel gerou apreensão no setor de transportes em Apucarana. A alta, que entra em vigor hoje, deve ficar em torno de R$ 0,40 o litro nas distribuidoras. Nas bombas, o impacto do reajuste ainda não foi calculado pelo setor.

Proprietário de um posto de combustíveis em Apucarana, Welington Kreb afirma que é preciso esperar para saber o índice exato de reajuste. “Só quando o caminhão da distribuidora chegar é que saberemos qual o valor que

Alta nas distribuidoras entra em vigor hoje e vai aumentar prelo do litro em cerca de R$ 0,40 será repassado”, afirmou.

O gerente de outro estabelecimento da cidade, Vilson Kozan, também prega cautela. “A gente precisa esperar para saber. Muitas vezes, o índice anunciado não se confirma no dia seguinte”, diz.

Segundo o aplicativo Menor Preço, o diesel comum é comercializado nesta segunda-feira em Apucarana entre R$ 5,97 e R$ 6,89, enquanto em Arapongas entre R$ 5,88 e R$ 6,59.

O novo reajuste já causou reação entre os profissionais do setor de transporte. É o caso do caminhoneiro Agmar de Almeida Pires, 53 anos. Segundo ele, os autônomos são os mais prejudicados, porque precisarão tirar do bolso o reajuste repassado. “A gente fica espantado com o preço”, ele diz, assinalando que o cidadão também vai sentir os reflexos do aumento. “Os preços das mercadorias vão chegar mais caros”, afirma.

O empresário Luis Bertoli, proprietário de uma grande transportadora de Apucarana, também vê com preocupação o novo aumento. Ele tem mais de 100 caminhões próprios e atua no transporte de cargas no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Além da frota própria, ele contrata cerca de 150 terceiros para realizar fretes.

Segundo o empresário, a cada reajuste, é necessário realizar uma negociação paralela com os caminhoneiros autônomos, que exigem valores maiores para realizar os serviços. “É algo estressante, porque é preciso fazer uma negociação motorista a motorista, muitas vezes, levando em conta a carga e a distância a ser percorrida”, diz, acrescentando que esses reajustes preocupam o setor e geram impacto em toda a sociedade. “É uma engrenagem’, avalia.

ALTA

O último aumento feito pela estatal foi em 11 de março. Na ocasião, o diesel já havia subido 24,9%. Segundo a Petrobras, o balanço global de diesel é afetado por uma redução da oferta frente à demanda. “Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras”, afirma a estatal, acrescentando que a “diferença entre o preço do diesel e o do petróleo nunca esteve tão alta”.