A empresa Móveis Romera demitiu nesta semana mais de 500 funcionários em todas as suas lojas. A rede de móveis e eletrodomésticos, com sede em Arapongas, afirma que a demissão em massa foi causada pela crise econômica enfrentada pelo país e faz parte de uma reestruturação da empresa. A presidente da rede, Tata Romera, enviou um pronunciamento interno aos gerentes e diretores da empresa explicando os cortes. O vídeo chegou às redes sociais e foi compartilhado dezenas de vezes.
![Imagem ilustrativa da imagem Rede de lojas araponguense, Móveis Romera demite 500 funcionários](https://cdn.tribunadonorte.com/img_o/original/2016/07/20/0x484/tn_9eef7e6ee2_romera-loja-sergio-3jpg.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.tribunadonorte.com%2Fimg_o%2Foriginal%2F2016%2F07%2F20%2Ftn_9eef7e6ee2_romera-loja-sergio-3jpg.jpg%3Fxid%3D534676&xid=534676)
De acordo com o gerente de Recursos Humanos da Romera, Giovane Carra, as demissões foram consequência da crise enfrentada pelo Brasil. “Não é apenas a Romera que está realizando medidas como esta, mas sim todo o Brasil. A crise pode ter feito com que precisássemos reduzir o quadro de funcionários, mas as diretrizes da empresa não mudaram. Seguiremos trabalhando e respeitando os funcionários, que são as pessoas que fazem com que a empresa ocupe este patamar”, afirma.
Com mais de 200 lojas em todo o país, a Romera segue agora com aproximadamente 3,5 mil funcionários. As demissões em Arapongas, de acordo com a empresa, não chegam a 5% do total de desligamentos, ou seja, ficam abaixo de 25 postos de trabalho.
De acordo com Giovane, o vídeo onde consta o pronunciamento da presidente da empresa foi direcionado apenas aos gerentes, diretores e chefes de setores da rede. Ele foi divulgado pela rede interna da empresa, mas acabou caindo nas redes sociais, onde foi bastante compartilhado. “Não era o objetivo da empresa divulgar o vídeo. No entanto, entendemos que não há nenhuma informação equivocada no vídeo e, por isso, não tomaremos nenhum tipo de providência”, diz.
No pronunciamento compartilhado nas redes sociais, Tata Romera considera a situação muito triste. O corte significativo foi o primeiro da história da empresa. Ainda de acordo com ela, foi necessária a demissão de 500 para salvar mais de 3 mil empregos. “Continuamos uma grande família e juntos sairemos mais fortes desse cenário econômico e político conturbado”, destaca ela no vídeo.
Ela aponta ainda outras medidas tomadas pela empresa para superar a crise econômica, como o fim do setor de atacado, mais treinamentos para os funcionários, foco total no varejo e melhora na prestação de serviços. A empresa não quis detalhar esses pontos, alegando tratarem-se de questões internas e estratégicas de mercado.
INDÚSTRIA
A crise na Romera engrossa a lista de outras empresas situadas no distrito industrial de Arapongas. Recentemente, cerca de 170 trabalhadores foram dispensados da Fiasini Móveis. A empresa fechou as portas. Esta foi a quarta empresa no ano a encerrar as atividades. Antes dela, fecharam as empresas Vamol, Modocasa e Cheville.
O Grupo Simbal, dono da rede de lojas Darom Móveis e que também foi fundado pela família Romera, passa por recuperação judicial desde meados de junho do ano passado. Na época, a dívida total das empresas do grupo era de R$ 193 milhões.
Nos últimos 12 meses, a indústria do mobiliário cortou quase 2,3 mil postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).