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Região criou mais de 1,4 mil vagas de emprego em 2022

Cindy Santos

| Edição de 31 de janeiro de 2023 | Atualizado em 31 de janeiro de 2023
FEITO NO PARANA -  Recco Lingerie é uma empresa familiar do ramo da moda de Maringá. 
07/10/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
FEITO NO PARANA - Recco Lingerie é uma empresa familiar do ramo da moda de Maringá. 07/10/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

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No ano passado, os 29 municípios da região criaram mais de 1,4 mil vagas de emprego com carteira assinada. O resultado positivo se deve, sobretudo, ao bom desempenho do setor de serviços que encerrou 2022 com 1.597 postos de trabalho, seguido pelo comércio (544) e pela agropecuária (186) enquanto a indústria (-789) e a construção civil (-57) fecharam vagas. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência, apontam, entretanto, que o saldo do ano passado é 75,3% menor  que o registrado em 2021 - ano marcado pela retomada da atividade econômica após a pandemia - que gerou 6.010 vagas formais na região. O desempenho dos municípios não foi melhor por conta dos números de dezembro, os piores do ano.

O município com o maior saldo acumulado é Ivaiporã que fechou o ano com 311 postos de trabalho puxados pelo setor de serviços (255), seguido pelo comércio (68) e indústria (17). A construção civil (-28) e a agropecuária (-1) perderam postos. 

Apucarana, que liderou o ranking regional na maior parte do ano, terminou na segunda posição com 266 vagas de empregos, a maioria no setor de serviços (350), agropecuária (48) e comércio (44). Já a indústria fechou 186 vagas no município. 

O terceiro colocado é Jandaia do Sul com 232 vagas de emprego, a maior parte no comércio (110), serviços (83) e indústria (54).

Para o economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, mesmo com os resultados regionais positivos o desempenho da economia preocupa os especialistas. “A economia deverá apresentar um crescimento em torno de 3% e, por conta disto, a expectativa era de uma geração de empregos mais vigorosa. Este cenário preocupa, principalmente pelo fato de que o crescimento econômico esperado para o ano de 2023 é inferior a 1%. Com isto a geração de emprego deverá desacelerar. Será positiva, mas menor do que o de 2022”, analisa o economista.

DEZEMBRO 

Dezembro foi o mês com o pior desempenho de 2022 com postos de trabalho extintos em todos os grupamentos de atividade econômica da região. Conforme o Caged, na região foram perdidos 1.839 postos de trabalho com carteira assinada, a maior parte na indústria (-1.041), seguido pelo setor de serviços (-385), construção (-154), comércio (-137) e agropecuária (-122). 

Embora seja o município com o maior saldo de vagas criadas no acumulado do ano, Apucarana foi o município que mais fechou vagas de trabalho, com a perda de 602 postos. Segundo o economista Rogério Ribeiro, a indústria de fabricação de calçados é a que mais demitiu, com o fechamento de 324 postos de trabalho. Arapongas foi o segundo município com o maior saldo negativo (-504). Neste caso a indústria moveleira extinguiu 642 postos de trabalho.

No geral, 25 municípios ficaram com saldo negativo  no mês e apenas quatro com saldo positivo: Borrazópolis (4), Grandes Rios (3), Lunardelli (3) e São João do Ivaí (5). 

“Muitos segmentos reduziram as contratações e outros até descontinuaram atividades no final do ano de 2022. A medida que as decisões de política econômica, mais precisamente a política fiscal e de juros do governo federal, forem se consolidando os agentes econômicos reagem. Num primeiro momento o cenário econômico é de incerteza e o governo não está ajudando com as falas sem coordenação sobre questões nevrálgicas para o desempenho da economia”, analisa.

No Paraná, o saldo negativo de dezembro foi de 35.901 vagas. Ainda assim, o Estado fechou 2022 com a abertura de 118.149 novos postos de trabalho formais e liderou a geração de empregos na região Sul do Brasil, além de atingir o quinto melhor resultado do País. No Brasil, dezembro encerrou com perdas de 431 mil postos de trabalho.