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Retorno às aulas tem homenagens e protesto no Colégio José Canale

Da Redação

| Edição de 27 de junho de 2022 | Atualizado em 27 de junho de 2022
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A retomada das aulas no Colégio Cívico Militar Padre José Canale, ontem, foi marcada por homenagens, protestos e uma operação de apoio aos alunos da escola que ficou marcada pela morte do estudante Alekson Ricardo Kongeski, 13 anos, ocorrida na última terça-feira (21), após envolvimento em uma briga. Na noite de ontem, após grande pressão da comunidade, o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana anunciou apresentou  uma solução aos manifestantes que pediram a saída do professor Roberto Carlos de Oliveira, o Canela, do cargo de diretor.

Um técnico do NRE vai atuar temporariamente na escola nos próximos dias. O afastamento do diretor e mudanças no horário de saída da escola foram as principais exigências de moradores do bairro, que organizaram uma manifestação na tarde de ontem no portão da escola para pressionar a comissão da Secretaria de Estado da Educação (Seed) que está acompanhando o caso.

“O dia que precisou de polícia aqui não tinha. Depois que um adolescente morre, o Colégio Cívico Militar coloca policial aqui. No dia ele (o diretor) disse que não podia fazer nada porque do portão para dentro era responsabilidade dele e do portão para fora não era. Pedimos o fim do horário estendido até 18h30 e a saída dele”, disse a mãe de Alekson, Aline Fernanda, que esteve à frente da manifestação que contou com participação de dezenas de moradores, que foram até o local munidos de cartazes. Durante o protesto, iniciado por volta das 17 horas, os manifestantes também rezaram e fizeram homenagens ao estudante.  

O técnico pedagógico do NRE, Robson Desidera, falou com um grupo de mães na noite de ontem garantiu que nesta semana o horário de saída foi adiantado para às 17h50. Ele afirmou que não assumiu a direção da escola, mas vai atuar como responsável pela escola. “Depois, a gente vai conversar para tentar mexer no horário da manhã para conseguir trazer a aula da tarde mais cedo e chegar na saída às 17h30 como vocês querem”, afirmou.

Em contato com a reportagem, o representante legal do diretor Canela, advogado Vitor Hugo Kutelak de Oliveira,  destacou que o diretor entra em férias a partir de hoje. “Ele continua inclusive na direção do colégio”, comentou. 

Alekson era aluno do 8º ano do período vespertino e a briga que culminou com sua morte ocorreu depois da saída da escola. Ele tinha problemas convulsivos e a família e a Polícia Civil aguardam resultado do laudo com a causa morte. O colégio estava com as aulas suspensas desde o dia 22. 


Equipe de psicólogos está à disposição de alunos e pais

A volta dos estudantes está sendo acompanhada por uma equipe da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que colocou uma equipe de 10 psicólogos – entre profissionais do Estado e do município - para atender a comunidade escolar. O trabalho de acolhimento começou na manhã de ontem, com os alunos do período matutino. 

A enfermeira Elisangela Gaspar Teixeira Castoldi, chefe da divisão de Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana, explica que os profissionais estarão à disposição de alunos, professores e pais que precisam de apoio neste momento. A enfermeira diz que o objetivo é reforçar ainda mais a questão da humanização, amor e paz dentro do colégio. 

“É um momento difícil para todos e a gente não tem uma receita porque é algo novo. Vamos cuidar de todos nesse momento. Vamos abordar temas como brigas entre os estudantes, e ressaltar ainda mais essa questão de humanização, amor e paz entre os colegas”, acrescenta.