A chuva que caiu praticamente o dia todo no Vale do Ivaí ontem elevou os níveis de umidade do solo, beneficiando as lavouras de trigo. Até às 18 horas havia chovido mais de 10 mm. Para este sábado a previsão é de mais chuva na região, devendo atingir 20 mm.

Este ano, o Deral reduziu em 10 mil hectares o plantio com o gramínea nos 22 municípios da regional, ou seja, 8,33% a menos que temporada passada, quando foram semeados 120 mil hectares. Até ontem, na regional 90% da área prevista já havia sido plantada. Os preços médios pagos aos agricultores pelo trigo na atingiram esta semana na região o patamar de R$ 46 a saca de 60 quilos.
Conforme o agrônomo da unidade da Coamo de Ivaiporã, Fernando Soster, apesar do plantio estar atrasado em relação a outros anos por conta da estiagem que durou mais de 45 dias, o plantio está dentro do prazo de zoneamento.
“Em relação às médias anuais de plantio estamos atrasado em torno de 25 a 30 dias. Mas, o produtor acabou plantando nas últimas semanas e agora com essas chuvas já se normaliza, e essa parte de germinação não terá problema. A previsão para o inverno é de clima normal, um pouco mais frio, mas bom de chuva. A única coisa é que o trigo vai chegar à colheita quase na mesma época. Geralmente, o final de outubro costuma ser chuvoso e pode atrapalhar a colheita”, relata.
Soster também faz algumas recomendações para a fase inicial da cultura.
“Com essa nova condição normalizando o regime de chuvas, nós temos uma preocupação muito grande com o percevejo em ataque inicial. Como veio uma época muito seca estamos também pedindo ao produtor para ficar atento com relação à lagarta”, comenta
NITROGÊNIO
O agrônomo destaca que o produtor que vai usar nitrogênio no trigo, deve fazer a operação mais no começo do ciclo. “Isso ajuda até no próprio perfilhamento do trigo. Depois dessa chuva de agora, já pode fazer a primeira aplicação”, destaca.
O produtor Cleber Matias Baggio, depois da chuva de ontem, ficou mais animado com o desenvolvimento da cultura. Nesta semana, ele concluiu a área de 100 alqueires semeada com o trigo. “A gente não ganha dinheiro com trigo, o custo de produção é R$ 40. O produtor acaba optando por trigo é porque não tem como deixar a terra parada. Hoje tem muito mato em descontrole, e se não fizer o controle de inverno nesse mato, aí estamos perdidos. Então se planta o trigo para resolver essa questão de mato, não para ganhar dinheiro”.