A uva, fruta conhecida por fornecer energia instantânea e considerada uma aliada para o coração, vem movimentando a economia do pequeno município de Rosário do Ivaí, garantindo renda e a permanência do homem no campo. Com 5,3 mil habitantes o município é hoje o maior produtor uva rosada do Paraná. Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral) em apenas 160 hectares nas duas safras anuais, os produtores colhem cerca 2,5 mil toneladas, que injetam no comércio local cerca de R$ 6 milhões.
Segundo o agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, o cultivo de uva é uma atividade muito lucrativa e tem grande possibilidade de expansão. “O mito de que no Brasil, as videiras só se desenvolviam no clima da serra gaúcha não é correto. Há espécies de uvas que podem ser cultivadas em qualquer região do país”, comenta o agrônomo. Pelas condições de solo e do clima em Rosário do Ivaí os produtores optaram pelo plantio da variedade Niágara Rosada.
Outro fator importante para o desenvolvimento da cultura no município foi a criação em 1998 da Associação dos Produtores Rurais de Rosário do Ivaí (Apri) que entrou no mercado nacional e comercializa o produto em todas as regiões do país. “Antes o nosso produto chegava ao mercado desvalorizado. Não tinha comprador nem preço fixo e cada produtor vendia o produto por um valor. Havia muita briga de preços e todos saíam perdendo", comenta Reginaldo de Souza Lalau, produtor de uvas e tesoureiro da Apri.
O secretário de agricultura do município, Ismailton Massaru, vê a associação como uma garantia de negócios. “Hoje nós temos quantidade de mercadoria para entregar para o comprador e aquilo que produzirmos entregar.
Temos cerca de 180 produtores de uva no município, desse total, 88 são associados e todos têm consciência de entregar o produto na associação. A maioria são agricultores familiares e o dinheiro da uva fica no nosso comércio”, destaca Massaru.
Juvenal Braz da Silva, viticultor e coordenador de comercialização da Apri foi um dos incentivadores do plantio de uva Niágara Rosada no município. Ele diz que se a associação não existisse não haveria mais a cultura de uva em Rosário do Ivaí.
“Acredito que eu mesmo não estaria mais em Rosário tinha voltado para Jundiaí. Nosso município é fim de linha e se nós não tivéssemos nos organizados não teríamos para quem vender”, analisa Silva.
RETORNO
O produtor Reginaldo de Souza Oliveira conta que iniciou a atividade como uma fonte alternativa e que atualmente a uva se tornou a fonte de renda principal. Em um área de 5 alqueires ele divide a propriedade com o cultivo de uva com cerca de 13 mil plantas e gado leiteiro. “A uva é muito mais lucrativa”, diz ele.
Em uma safra anual, Oliveira colhe em média 2,5 quilos por pé, o que rende anualmente cerca de R$ 60 mil. “Tenho uma despesa em torno de uns R$ 15 mil. Outro tipo de lavoura dificilmente traria esse retorno , destaca Oliveira.