OSindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (SIMA), que representa a classe empresarial, e representantes de sindicatos dos trabalhadores das indústrias de móveis iniciaram nesta semana as negociações voltadas à convenção coletiva. Com data-dase em maio, a negociação do polo moveleiro envolve cerca de 10 mil trabalhadores. Na primeira reunião, realizada anteontem, os trabalhadores abriram a negociação pedindo o INPC, mais 3% de reajuste real e outros 3% a título de valorização da categoria, perfazendo um total de 10,37% de reajuste. Além disso, eles apresentaram uma pauta com mais de 100 reivindicações sociais.
“Foi uma reunião em clima cordial. A partir de agora, o desafio para ambos os lados será encontrar um valor comum, que possa manter o emprego e, ao mesmo tempo, atender dentro do possível o trabalhador”, avaliou José Lopes Aquino, presidente do SIMA. Para ele, a maior dificuldade está na baixa demanda de vendas que atinge o setor moveleiro de Arapongas e de todo o Brasil, com margens ainda insuficientes para conceder um reajuste mais expressivo.
Segundo ele, o setor ainda se ressente da retração ocorrida durante a pandemia e da alta dos custos. “Porém, uma assembleia patronal já foi também convocada para apresentar as reivindicações dos sindicatos dos trabalhadores e avaliar o que pode ser feito dentro da realidade do polo”, adiantou o presidente. Aquino destacou ainda que a data-base é 1º de maio, mas que o SIMA resolveu adiantar as negociações, dando mais tempo para o debate. No ano passado, o reajuste da categoria foi fixado em 12,47%. As negociações se estenderam até julho de 2022.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Arapongas (STICMA), Carlos Roberto da Cunha afirmou reconhecer que o momento econômico causou retração, mas afirma que há uma defasagem acumulada nos salários que precisa ser gradualmente corrigida para restaurar o poder de compra. “O que vimos aqui hoje foi a abertura de um processo de negociação que esperamos ocorrer dentro do bom senso”, salientou. Quanto à pauta de reivindicações, ele destaca, entre outras coisas, a reivindicação de um auxílio alimentação de R$ 350, assistência médica e maior rigor no fornecimento dos equipamentos de proteção individual (EPIs).
Além do STICMA, que é o maior sindicato da categoria, participaram do encontro representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sintracom) – bases de Maringá e Londrina – e Nova Central Sindical – Paraná.
O polo moveleiro tem cera de 10 mil trabalhadores de sua base, sendo 8,5 mil apenas em Arapongas e os demais em Rolândia, Arapongas, Sabáudia, Pitangueiras, Apucarana e Califórnia.