A Polícia Civil investiga a denúncia de que três homens tentaram extorquir dinheiro de um empresário que supostamente vende bonés e camisetas piratas em Apucarana. De acordo com a polícia, os três deram a a entender que eram autoridades fiscais e teriam exigido propina para não denunciar a suposta falsificação de produtos de marcas famosas, em um estabelecimento no Jardim Eldorado.
Alexandre Dias Pereira, 45 anos, que é do Rio Grande do Sul, Marco Aurélio de Oliveira, 43 anos, morador de Apucarana e George Robert Gomes Kerschner, 26 anos, residente em Santa Catarina foram presos pela Polícia Militar (PM), na madrugada de ontem, após denúncia, em um hotel na Rua Osório Ribas de Paula, no centro da cidade. Com eles foram apreendidos um carro, três celulares, um notebook e uma lista com nomes de várias empresas que atuam no município.
O delegado José Aparecido Jacovós, chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), conta que Pereira trabalha para um escritório de advocacia de São Paulo, que representa marcas famosas e atua em combate à pirataria. "Alexandre veio fazer um trabalho em Apucarana e tentou extorquir um empresário que supostamente fabrica produtos piratas", informa.
Pereira teria chantageado a suposta vítima com a ajuda dos outros dois comparsas dizendo que tiraria o nome da empresa da relação de estabelecimentos ilegais que seriam denunciados à Polícia Civil e ao Ministério Público (MP) após o pagamento de R$ 5 mil.
De acordo com, Jacovós o dono da fábrica se negou a pagar suborno e procurou a PM. E, no interrogatório, negou envolvimento com pirataria, acrescenta o delegado. A informação inicial era que os suspeitos teriam se passado por policiais. No entanto, segundo o delegado, o trio teria usado nome de autoridades não identificadas.
"Outras pessoas podem ter sido vítimas deste trio e talvez trabalhem com produtos piratas e acabam não procurando a polícia. Por isso, o objetivo de apresentar os três a imprensa é para que as vítimas os reconheçam e procurem a delegacia, mesmo que trabalhem com produtos falsos, porque a polícia quer esclarecer totalmente os fatos", assinala.
O delegado disse que confirmou junto ao escritório paulista que o suspeito é representante do escritório. A reportagem tentou entrar em contato com com o escritório, mas ninguém atendeu os telefonemas.
OUTRO LADO
Alexandre Dias Pereira negou que tenha pedido propina mas afirma que está na cidade para identificar empresas que falsificam as marcas por ele representadas. "Atuo no combate à pirataria há mais de 10 anos e sou fiel depositário de milhares de peças. O que acontece é que estão tentando atrapalhar o trabalho de investigação", defende-se.
Pereira diz que visita as empresas e se passa por sacoleiro interessado em comprar peças."Estou preso por determinação da PM. Mas só estava fazendo meu trabalho. Foi um flagrante forjado", alega.
George Robert Gomes Kerschner afirma que foi contratado para auxiliar Pereira nos trabalhos e Marco Aurélio de Oliveira alega que estava na recepção do hotel quando acabou preso com os outros dois. Os três foram autuados por formação de quadrilha, extorsão e estelionato. As investigações continuam.