Tem gestor achando que o time está quieto porque está concentrado. Mas muitas vezes, o que reina é o silêncio da desistência. São colaboradores que cumprem o expediente, entregam o mínimo… e só. Estão presentes no crachá, mas ausentes no propósito. Não há engajamento — há sobrevivência.
Esse fenômeno é chamado de quiet quitting — ou “demissão silenciosa”. Surgido nos Estados Unidos após a pandemia, o termo ganhou força para descrever o comportamento de quem segue no cargo, mas desconectado emocionalmente do trabalho. Não é má vontade: é frustração crônica.
Segundo o Relatório Global da Gallup 2023, 59% dos profissionais no mundo afirmam estar “desengajados” com suas funções. No Brasil, esse índice é ainda mais alto: apenas 27% relatam algum nível de envolvimento genuíno com o trabalho. Isso significa que mais da metade da força de trabalho atua no modo automático — sem entusiasmo, sem criatividade, sem energia para inovar.
E por quê? Porque o perfil do colaborador mudou. Hoje ele quer significado, não só salário. Quer ser ouvido, não apenas comandado. Ele não busca privilégios — busca coerência, clareza e oportunidade de contribuir de forma relevante.
O que fazer? Troque ordens por diálogo. Substitua comando por contexto. Líder bom hoje não é o que controla tudo, mas o que desperta o melhor em cada um. Quem não entende isso, acaba liderando fantasmas — gente que já foi embora, só esqueceu de pedir demissão.