Cada vez mais nos acostumamos a consumir informações em velocidade acelerada. Podcasts, audiobooks e até vídeos são frequentemente assistidos no modo “velocidade duplicada” para “ganhar tempo”. E eu aposto, com preocupação, que esse hábito está se estendendo para outras áreas.
Viver a vida na velocidade duplicada pode parecer mais produtivo. Mas as consequências negativas podem não ser fáceis de controlar. Quando estamos sempre correndo contra o relógio, sacrificamos a profundidade das experiências e não conseguimos nos conectar de verdade com o momento presente. O resultado é uma vida superficial e o aumento dos níveis de estresse e ansiedade.
O cérebro humano não foi feito para funcionar continuamente em alta velocidade. Logo aparecem o esgotamento físico e mental. Mitigar estas consequências exige mudanças conscientes, a começar por fazer-se realmente presente em cada momento, priorizando a qualidade sobre a quantidade. Faça menos coisas com mais qualidade.
Reserve momentos do seu dia para se desligar das tecnologias e se reconectar consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor. Cuide da saúde, com boa alimentação e descanso adequado. E saiba: viver no modo velocidade duplicada pode até funcionar para vídeos, mas definitivamente não é a melhor configuração para a vida real!
Tome consciência de que a vida não é uma série de Netflix que dá para assistir em modo maratona. É mais como um livro daqueles bem grossos, que a gente vai lendo aos poucos, apreciando cada capítulo. Então, que tal tirar o pé do acelerador e aproveitar a paisagem? Desacelerar não significa ser menos produtivo; significa viver com mais presença e propósito.
E, claro, pense assim: se o coelho da fábula da lebre e da tartaruga tivesse vivido no modo “velocidade duplicada”, talvez tivesse dormido o dobro e a tartaruga teria ganhado com mais folga ainda! Então, inspire-se na tartaruga: devagar e sempre, curtindo cada momento com uma boa dose de bom humor. Porque, no fim das contas, a vida é para ser vivida, não apenas acelerada.