BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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A Eucaristia: Corpus Christi

Da Redação

| Edição de 29 de maio de 2024 | Atualizado em 29 de maio de 2024

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Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” (Lc 1, 41)

A Virgem Maria, sem demora, vai ao encontro de sua prima Isabel para servi-la, prestar-lhe auxílio durante sua gravidez. Mais que levar ajuda, leva-lhe o próprio Cristo em seu ventre! Como um Sacrário vivo, a Virgem sai de sua casa e caminha muitos dias em meio a lugarejos e povoados, carregando dentro de si o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nela fecundado pelo poder do Espírito Santo, até chegar ao seu destino. 

Um encontro de alegria! Santíssimo Mistério, dádiva Divina, que fez com que João Batista, ainda no ventre de sua mãe Isabel, estremecesse em êxtase pela presença do Salvador que lhe viera visitar daquela forma tão diferente, mas não menos importante! Ah, se tivéssemos ao menos um pouco da fé de João Batista, estremeceríamos de alegria e amor a cada Eucaristia recebida e a cada visita ao Sacrário; nosso coração entraria em êxtase diante do Corpo e Sangue de Cristo presente em cada Altar na Santa Missa e, diante desse maravilhoso mistério, desejaríamos ali permanecer em adoração e louvor, diante do Altíssimo Deus e Senhor! Ou, como Isabel, cantaríamos louvores a Deus em alta voz, exaltando a bondade do Senhor por tão grandioso feito! Ah, o Amor não é amado, dizia São Francisco. Sim, verdadeiramente o Amor é muito pouco amado e valorizado, muitos acorrem a Ele e, instantes depois O esquecem. Recebem-No na comunhão e não O repartem em atitudes nobres de serviço ao irmão, como o fez a Virgem ao servir Isabel. Parece até que O deixam ali mesmo, na Igreja, tão apressados estão. 

Não somos dignos por nós mesmos de receber Jesus Eucarístico, mas necessitamos recebe-Lo para nos tornarmos, aos poucos, menos indignos de tê-Lo conosco, pois só Ele pode nos transformar em pessoas melhores. Deus, em seu amor infinito e incondicional, deu-nos a vida de seu Filho Unigênito para nossa salvação. E, sabendo que necessitaríamos de mais ajuda para alcançarmos a eternidade, o próprio Jesus se fez Alimento, doando-Se, como Eucaristia, a cada dia, em cada Missa celebrada, seja numa suntuosa Catedral ou Basílica, seja em meio ao deserto ou na mais longínqua e escondida Capela, em meio a milhares de pessoas, ou na solidão de um sacerdote. 

Celebrar Corpus Christi é testemunhar publicamente que cremos que a Eucaristia É, verdadeiramente o corpo, sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus. Não representa, não simboliza, não faz de conta, não é apenas um ato ou uma repetição. É o Mistério da Fé, é a ação do Espírito Santo, o mesmo Espírito Santo que fecundou o ventre da Virgem Maria e que infunde em nosso intelecto e em nosso coração a fé nesse Mistério de Amor, que permite que Cristo, Vivo e Real, entre em nosso corpo mortal e nos una a Ele, nos tornando um com Ele. Isso é Comunhão, comungamos Cristo, recebemos Cristo e Ele entra em nós, para que sejamos um Nele! Sair em procissão, adorando o Santíssimo Sacramento é demonstrar que cremos na Trindade Santa, na Santíssima Eucaristia e desejamos partilhar com o mundo a alegria de termos Jesus Eucarístico em meio a nós. Permitamos que a Eucaristia seja uma escola de bênçãos para nós, recebamos essas bênçãos e, no caminhar do dia a dia, sejamos corajosos para reparti-las com nossos irmãos. Bênçãos repartidas, são como a Eucaristia: Jesus se reparte sem se dividir, as bênçãos também, elas aumentam para quem as divide.