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Empreender para transformar: sustentabilidade como base das cidades inteligentes

Da Redação

| Edição de 15 de setembro de 2025 | Atualizado em 15 de setembro de 2025

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Empreender hoje vai além de abrir um negócio. É criar soluções que dialoguem com as necessidades reais da sociedade e do planeta. Em um mundo de recursos limitados, o crescimento a qualquer custo deixou de ser opção. O verdadeiro empreendedorismo olha para o futuro e entende que sucesso e responsabilidade precisam caminhar juntos.

O empreendedorismo sustentável representa essa nova mentalidade. Ele une viabilidade econômica, impacto social e respeito ao meio ambiente. Significa pensar em modelos de negócio que valorizem a economia circular, adotem energia limpa, reduzam desperdícios e ofereçam produtos ou serviços que melhorem a qualidade de vida das pessoas. Não é à toa que investidores e consumidores buscam cada vez mais empresas que seguem princípios ESG (ambiental, social e governança), em que lucro e propósito se fortalecem mutuamente.

Quando falamos em cidades inteligentes, é comum pensar apenas em tecnologia: sensores, aplicativos e dados em tempo real. Mas a essência vai além. Uma cidade inteligente usa a tecnologia para melhorar mobilidade, otimizar o consumo de energia, ampliar o acesso à saúde e à educação e, principalmente, envolver os cidadãos nas decisões que moldam o futuro urbano. A verdadeira inteligência está em utilizar recursos de forma sustentável e em promover uma gestão participativa.

É nesse ponto que empreendedorismo sustentável e cidades inteligentes se encontram. Em cidades de médio porte, como Apucarana, Londrina ou Maringá, já vemos iniciativas que mostram esse potencial. Startups de logística verde criam aplicativos para rotas de coleta seletiva, diminuindo custos e emissões. Pequenas empresas investem em microgeração de energia solar em galpões industriais, vendendo excedentes para a rede elétrica. Restaurantes e feiras locais adotam plataformas de reaproveitamento de alimentos, conectando excedentes a instituições sociais. Cooperativas rurais desenvolvem embalagens biodegradáveis e vendem direto ao consumidor por meio de canais digitais, fortalecendo a economia local.

No transporte, soluções de mobilidade compartilhada, como bicicletas e patinetes elétricos, começam a se adaptar a cidades médias, criando alternativas sustentáveis ao carro particular. No setor público, projetos de eficiência energética em prédios municipais, iluminação de LED e monitoramento de água e esgoto mostram que é possível reduzir gastos e preservar o meio ambiente.

Os desafios são claros: acesso a financiamento, barreiras regulatórias e a necessidade de mudar uma cultura empreendedora ainda focada em modelos tradicionais. Mas as oportunidades crescem a cada dia. Fundos de investimento verdes, editais de inovação e programas estaduais e federais de apoio à economia circular criam um cenário favorável para quem decide inovar com propósito.

Transformar uma cidade em um lugar verdadeiramente inteligente não é tarefa exclusiva de engenheiros ou gestores públicos. Cada negócio comprometido com a sustentabilidade é um tijolo na construção desse futuro. Ao integrar inovação, impacto social e respeito ambiental, empreendedores se tornam agentes centrais de mudança. Em última análise, empreender de forma sustentável é também um ato de cidadania: um convite para que todos participem da criação de comunidades mais justas, inovadoras e preparadas para os desafios do amanhã.