Uma grande operação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar desarticulou uma organização criminosa que dominava o tráfico de drogas na região da Vila Regina, em Apucarana. A ação, batizada de “Operação Hígia”, cumpriu 15 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. Ao todo, 9 homens e 6 mulheres foram detidos.
A investigação, que durou cerca de um ano, revelou que o grupo utilizava laranjas e contas bancárias fracionadas para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. A polícia identificou uma movimentação financeira expressiva, com mais de R$ 200 mil circulando em apenas três meses, um valor considerado baixo perto do real faturamento, que, segundo a polícia, é feito em grande parte com dinheiro em espécie, que circula sem deixar rastros bancários.
Segundo o delegado Victor Hugo Torres Bento, a operação teve como foco o líder do grupo, que foi preso em flagrante. “Ele é daqui de Apucarana. Nossas investigações e o trabalho de inteligência da PM já davam conta há um bom tempo de que ele estava comandando o tráfico de drogas na região da Vila Regina”, explicou.
A Operação Hígia se baseou em duas prisões em flagrante feitas pela Polícia Militar no início deste ano, que levaram as autoridades a intensificar a investigação. “Hoje, o nosso foco foi em outra organização criminosa que tinha um determinado espaço na cidade e mantinha um certo comando ali”, disse o delegado, ressaltando que a repressão ao tráfico é contínua e que não haverá espaço para outras facções.
DINHEIRO
O major Jair Machado de Lima Junior, da Polícia Militar, explicou que o nome da operação, “Hígia”, faz referência à deusa grega da limpeza e da saúde, escolhido para contrastar com a alcunha do líder do grupo, “Rato Branco”. “É um problema não só de segurança pública, mas de saúde pública também. Por isso, tivemos como foco principal a Vila Regina, um bairro que infelizmente vem sendo degradado pelo tráfico”, afirmou.
Além dos 15 mandados cumpridos hoje, a operação já havia resultado na prisão de outras cinco pessoas, totalizando 20 detidos. Entre os materiais apreendidos, estão cerca de R$ 20 mil em dinheiro, três veículos, balanças de precisão e uma quantidade de droga.
Os veículos apreendidos, segundo o major, eram de propriedade dos envolvidos e serão confiscados. “A gente busca, junto ao Poder Judiciário, que esses bens não sejam devolvidos, causando um prejuízo ao tráfico de drogas. O nosso maior objetivo é descapitalizar essas organizações”, concluiu.
A polícia informou que a investigação terá desdobramentos a partir das novas prisões e materiais apreendidos. (COM REPORTAGEM VITOR FLORES)
Apreensões de drogas crescem
Na esteira das operações policiais, as apreensões de drogas aumentaram em Apucarana. Dados do Centro de Análise e Estatística (Cape) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) mostram que neste ano a 17ª Subdivisão Policial de Apucarana (SDP) apreendeu 445kg de maconha, entre janeiro a julho, o que representa uma alta de 62,6% em relação aos 274kg anteriores.
Além disso, foram apreendidas 332 unidades de ecstasy – contra 3 unidades apreendidas no mesmo período do ano passado, e 5kg de cocaína, um aumento de 27% em relação aos 4kg anteriores. Neste ano a polícia também apreendeu 52 pontos de LSD, droga que não era apreendida desde 2022. Por outro lado, houve uma queda de 69% na apreensão de crack, passando de 6kg para 2kg.