BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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A importância do leigo na vida da Igreja

Da Redação

| Edição de 24 de agosto de 2022 | Atualizado em 24 de agosto de 2022

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“Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas” (1Ped 4,10)

Os leigos, homens e mulheres, chamados a servir na Igreja de Jesus Cristo, são todos os batizados, incorporados a Cristo pelo Sacramento de iniciação cristã. Muitos desses leigos que, mesmo tendo seus compromissos pessoais, profissionais e familiares, encontram tempo e disposição para colaborar e exercer a missão cristã. Todos são chamados, Deus não exclui ninguém, pois a todos deu dons e carismas, como graças a serem repartidas ou colocadas à serviço da comunidade, seguindo a Palavra de Cristo que expressa claramente: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27). 

A vocação é um chamado que exige uma resposta pessoal e livre para servir segundo o desejo de Cristo, estar no meio do povo, sendo povo, porém, assumindo o compromisso batismal do serviço, com humildade, mas com coragem, sob a ação do Espírito Santo. A primeira vocação que temos é o chamado à vida em sociedade ou comunidade, com uma pertença que se proponha a fazer crescer a unidade, a paz e a concórdia entre todos. Somos chamados por Deus a exercer a vocação cristã de forma mais específica, colaborando no plano salvífico de Deus, pois, sendo Ele que nos dá os dons e carismas, também é Ele quem nos chama e nos envia. Esse chamado parte do próprio Deus, e pode acontecer de várias formas: através de uma pessoa, um acontecimento específico, um convite de alguém já envolvido nas tarefas paroquiais, ou até mesmo através de acontecimentos pessoais que desperta o leigo a se oferecer ao trabalho. Mas todo chamado parte de Deus e, convenhamos, Ele é muito criativo. Outros tantos se oferecem ao serviço por verem o testemunho dos que já pertencem ao laicato paroquial. Deus sabe a que viemos e nos coloca exatamente onde somos necessários. Nada é mérito nosso, tudo é dom e graça de Deus. 

O Batismo incorpora o homem a esse projeto desde que ele ouça esse chamado e, quando a resposta é sim, a capacidade de servir é dada pelo próprio Deus, através do Espírito Santo. O leigo encontra forças e habilidades tais, que vê multiplicar seus talentos, e produzem muitos frutos bons e agradáveis a Deus. O leigo é o sal que dá gosto e sentido, é a luz que ilumina e dirige para um fim único: um encontro com o próprio Deus. O leigo não é alguém mais especial do que os outros, como também não faz as vezes do Ministro Ordenado, antes é um servidor do Reino de Deus, um cristão batizado e convicto de sua missão no mundo, que coloca seus talentos de forma gratuita e generosa, em prol dos irmãos e da Igreja. 

Quanta alegria nos envolve ao vermos tantos homens e mulheres, jovens e crianças se dedicando com amor e zelo à missão confiada por Deus a ele. Somos muito agradecidos aos que já se dedicam às pastorais e movimentos. Esperamos que outros ouçam a voz de Deus e deem seu sim, para que mais e mais pessoas sintam a alegria do servir a Deus e ao seu Reino de amor. “Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se o teu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é encorajar, aja como encorajador; o que contribui, coopere com generosidade; se é exercer liderança, que a ministre com zelo; se é demonstrar misericórdia, que a realize com alegria. Em cada vocação, a base sempre é o amor”. (Rom. 12, 6-8). Que Nossa Senhora de Lourdes, a serva por excelência, abençoe cada leigo e cada leiga de nossa diocese, especialmente nossos queridos catequistas e leve seus nomes ao Coração Amoroso de Jesus, o Senhor dos Senhores.