BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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Campanha da Fraternidade

Da Redação

| Edição de 21 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 21 de fevereiro de 2024

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"Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos.” (SL 132,1)

‘A unidade entre os irmãos é um penhor de prosperidade, sob a condição de que tudo venha do Alto, do rico ao pobre, como o perfume que se expande pelas vestes, como orvalho que desce da montanha e se expande, perfumando, como num abraço, a todos os que são alcançados pelo frescor da verdadeira amizade.’ Quaresma é tempo de fraternidade, tempo de conversão pessoal e de sairmos de nós mesmos para que voltemos nosso olhar e nosso coração inteiramente para Cristo e, com Ele e como Ele, deixemos o homem velho carregado de erros, incertezas e preconceitos e possamos olhar o nosso próximo como um igual a nós: com defeitos e qualidades, necessidades e ensinamentos. A Campanha da Fraternidade deste ano de 2024 nos remete a sermos misericordiosos como Pai, a vivermos a amizade num âmbito social, ao largo e não de uma maneira seletiva. 

Numa vivência atual de individualidade e egoísmo, onde impera o contato virtual com milhares de ‘amigos’, a sociedade está perdendo a capacidade de sentir compaixão pelo outro, por aquele que está tão próximo e nos negamos a enxergar. Toda essa mudança de comportamento leva a relativização da verdadeira amizade, do amor ao próximo como nos ensinou Jesus “Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13, 34). Tenhamos sempre em mente que o ‘bom samaritano’ foi um desconhecido que sentiu compaixão e, sem questionar, amou como Jesus, cuidou como Jesus cuidaria. 

A amizade verdadeira acontece a partir de um olhar caridoso, de um coração que olha para o outro e consegue enxergar nele o rosto de Cristo. Ser de Cristo não é um privilégio para poucos, é um direito que nos foi dado pelo próprio Cristo que morreu por todos, sem distinção. Para amar o próximo é preciso amar a Cristo, fortalecer nossa intimidade com Deus e fazer Dele o nosso maior Amigo. Ninguém ama o amigo, se não amar a Deus! Viver a Quaresma e praticar a fraternidade exige a decisão de conversão, de mudança de postura diante da realidade em que vivemos. Exige um olhar de sabedoria e inteligência que nos leve a perceber que pensar diferente não nos torna rivais ou inimigos pois, se assim fosse, quem nos suportaria?

A Quaresma é um tempo propício, diferente, muito forte no sentido de nos voltamos ao essencial. Fomos todos criados, amados e desejados por Deus, salvos por Cristo Crucificado, adotados por Maria Santíssima, temos tudo o que precisamos para sermos melhores, mais amáveis e dóceis para com nossos irmãos. Voltemos à pratica do bem, sem olhar a quem, sem julgamentos, mas com a mesma compaixão com que Cristo olha para nós e continua nos amando.