Não precisamos nos acabar no carnaval para vivermos a alegria. É em família que cultivamos a verdadeira felicidade.
Estamos nos aproximando do Tempo Quaresmal. penitências, jejuns, orações, conversão e exame de consciência são fundamentais para vivermos bem a Semana Santa e adentrarmos com Cristo no Domingo da Ressurreição, Domingo Glorioso.
Deveríamos nos perguntar por que este Tempo Litúrgico, de tamanha importância para os cristãos (pelo menos deveria ser), é preparado com tanto silêncio, ao passo que as festividades carnavalescas se preparam com tanto estrondo e antecipadas divulgações.
Muito se transformou o Carnaval, que, saído das marchinhas e desfiles modestos, se expandiu para as grandes avenidas das metrópoles. Divertir-se e alegrar-se é um direito de todos, mas a alegria carnavalesca tem sido mal interpretada, como se durante os dias de folia tudo fosse permitido, literalmente, num excesso de libertinagem e desregramento, onde se liberam todos os desejos da carne.
Talvez, por vir logo após tanto barulho e pecados, os quarenta dias de jejuns, penitências e orações sejam vistos como uma forma de se redimir dos excessos cometidos. Contudo, esse comportamento ou essa cultura errônea do divertimento antes e do arrependimento depois não apenas contraria a conduta cristã, como também deixa uma ‘ressaca’ moral no inconsciente de cada um, marcada por excessos sexuais, produtos tóxicos e abusos alcoólicos e morais.
Dentro de nós, existe um juiz que nos acusa, de forma sutil, mas poderosa: a consciência, que nos mostra claramente onde e como erramos. É certo que cada um é livre para decidir e discernir como deve viver sua própria vida, sabendo que tudo tem consequências. Para os cristãos que entendem que o Carnaval não tem atrativo algum para a família verdadeiramente cristã, esses dias, que para a maioria dos brasileiros constituem um feriado prolongado, podem ser um momento oportuno para pôr em prática aqueles planos que estão sendo adiados por falta de tempo.
Por exemplo, ao invés de participar de folias e bailes ou ficar assistindo através das telas, aproveitem para fazer aquelas visitas que há tempos você vem protelando; ou então, reúna-se com sua família para momentos de lazer; quem sabe um pequeno passeio longe do barulho e da agitação cotidiana. Ou incentive seus filhos a participarem das programações oferecidas nas paróquias pelos tantos movimentos de jovens; há retiros para jovens, para casais.
Há também as peregrinações neste Ano Jubilar para receber as indulgências Plenárias. Para quem tem fé e deseja viver santamente esses dias de Carnaval, sempre há alternativas junto com seus familiares e amigos de fé e comunidade. Lembrem-se: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém.” (I Coríntios 6,12). Prepare-se, verdadeiramente para viver o Tempo Quaresmal sem culpas por um carnaval mal vivido!