E habitarei na casa do Senhor por tempos infinitos.” (Sl 23, 6)
Todos somos peregrinos nesse mundo! Somos Peregrinos da Esperança que não decepciona, esperança de que, um dia, pela imensa misericórdia do Pai, estaremos junto a Ele, como habitantes de sua casa, nos céus, contemplando-O face a face! E, para contemplá-Lo, é preciso morrer, isso é fato.
Embora seja um tema difícil, a morte é uma parte inevitável da vida. Dizem que, a única certeza que temos é que, um dia, iremos morrer. Sim, todos seremos ‘finados’ um dia e, não sabemos como nem quando. Justamente por não sabermos é que somos chamados a viver de forma a ser santos, conforme a vontade de Deus.
A pergunta que muitos se fazem é: para onde iremos? A resposta é simples: iremos para onde estamos caminhando! Se caminharmos segundo os ensinamentos de Jesus, Caminho, Verdade e Vida, não há motivos para nos desesperarmos diante desta realidade: todos iremos morrer.
Viveremos duas datas importantes e consecutivas no início do mês de novembro. Dia 1º, Dia de Todos os Santos, nos recorda que o Céu, a morada eterna, está repleta de homens e mulheres Santos, cujos nomes não sabemos, mas que Deus conhece muito bem; pessoas simples que escolheram trilhar os caminhos da santidade e que, apesar das dificuldades e tentações, das lutas diárias e do peso da cruz, não desistiram de viver santamente.
No dia seguinte, 2 de novembro, a Igreja celebra o Dia de Finados. Se nos esforçamos para ser santos, à Imagem e Semelhança de Cristo, a morte não será para nós o fim, será a realização dos desígnios de Deus, que deseja que vejamos a sua Glória “Se morremos com Cristo, com Ele viveremos” (Rm 6,8). O Dia de Finados é um lembrete de que a morte é uma parte inevitável da vida, no entanto, não deve ser vivido como um momento de tristeza ou lamentação.
É um dia em que devemos celebrar a Vida Eterna, presente e Real, já em Cristo; ser cristão, é ter esperança na ressurreição, na morada que Jesus preparou para todos.
A saudade de quem partiu é real, no entanto, sentir saudades é um sinal de que guardamos no coração as marcas, as histórias e ensinamentos de quem já se foi, memórias que devem ser partilhadas com as novas gerações Neste dia de finados, a participação na celebração Eucarística e a visita aos cemitérios traz à tona a certeza da finitude da vida e nos lembra que a cada instante necessitamos da graça de Deus para manter viva a chama da fé, da esperança, da caridade, do perdão e do amor que nos leva à eternidade.
Rezar pelas almas é um ato de fé e uma obra de misericórdia, acender velas demonstra que cremos na Luz da Vida que é Cristo Jesus e ornamentar com flores os túmulos refletem nossa esperança Naquele que faz novas todas as coisas. Aos que têm fé, as portas da vida eterna sempre estão abertas.
Não fomos criados para parar na morte, temos em nós o desejo da plenitude, porém, ao mesmo tempo, nos assusta o temor pelo eterno, pelo desconhecido, portanto, a vida que vivemos deve ser um constante preparar-se para a definitiva e gloriosa vida junto a Deus, com Cristo. Que a Senhora de Lourdes nos auxilie na busca da santidade, para alcançarmos a vida eterna em Cristo!