BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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Jesus misericordioso, eu confio em Vós!

Da Redação

| Edição de 03 de abril de 2024 | Atualizado em 03 de abril de 2024

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Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt, 28, 20). Jesus está conosco, não nos deixa à nossa própria sorte. Se assim fosse, estaríamos perdidos, pois somos incapazes de nos salvar sem Ele, longe da sua Misericórdia! Pobres pecadores somos, pois, demasiados inclinados a sentir pena de nós mesmos, fechamos nosso coração à presença bondosa e constante de Cristo em nós, de seu Amor salvífico, terno e repleto de vida! A Ressurreição do Senhor não pode nem deve limitar-se apenas a vivência do Domingo de Páscoa, antes, deve ser um despertar para morrermos para as atitudes velhas que nos mantinham longe do Cristo, e nos despertar para uma maior proximidade Dele, que realmente Vive e presente está no meio de nós, dentro de nós, seja pela Santíssima Eucaristia que recebemos, pela Palavra do Evangelho que lemos ou ouvimos, nos Sacramentos que recebemos, na Igreja Católica e Apostólica Romana, na qual confiamos, no testemunho dos Apóstolos, dos quais somos também testemunhas, pelo exemplo da vida dos santos que nos precedem no céu e, mais ainda, pelo testemunho real da Virgem Maria, que, no canto do Magnificat, expressou “... porque o Poderoso realizou maravilhas a meu favor, Santo é o seu Nome! A Sua Misericórdia estende-se aos que O temem, de geração em geração” (Lc 1,49-50), nos ensinando que a Graça de Deus é eterna, não tem fim e é para todos que dela tomam posse.

Nesta semana em que vivemos a Oitava da Páscoa, pois um único dia é muito pouco para celebrarmos a grandeza da Ressurreição, a alegria Pascal culminará no Domingo da Divina Misericórdia, que nos comprova, de forma absoluta, que nunca estaremos à deriva, soltos no mundo ou abandonados à nossa própria sorte. Deus conhece nossas fraquezas, Ele sabe de nossa necessidade de sermos continuamente tomados pelas mãos e direcionados para o Caminho da vida eterna, por isso, suas misericórdias, tão abundantes, nos acompanham dia após dia, nos ensinando a alcançarmos as coisas do Alto e não ficarmos presos nas ofertas do mundo! Demos graças ao Senhor porque Ele é Bom, “eterna é a sua misericórdia”, nos diz o salmo 117. Disse Cristo, nosso Redentor, em suas revelações a Santa Faustina: “Causam-me prazer as almas que recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos. Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele recorre à Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e inescrutável misericórdia”. 

O Sagrado Coração de Cristo deu tudo aos homens: a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura, Santa Faustina Kowalska viu sair dois raios de luz que iluminavam o mundo. “Os dois raios, segundo o próprio Jesus lhe disse, representam o sangue e a água” (Diário, pág. 132). O sangue recorda o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo o rico simbolismo do evangelista João, faz pensar no Batismo e no dom do Espírito Santo (Jo 3, 5; 4, 14). Através do mistério desse coração ferido, não cessa de se difundir também sobre os homens e as mulheres da nossa época o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus. Quem aspira à felicidade autêntica e duradoura, unicamente Nele pode encontrar o seu segredo. “Sede misericordiosos como vosso Pai é Misericordioso” (Lc 6,36), disse Jesus aos seus e o diz agora, para cada um de nós. Quem busca a Divina Misericórdia aprende a pô-la em prática, multiplicando os dons recebidos do Espírito Santo, na partilha do Amor derramado por todos e por cada um. Que a Senhora de Lourdes, a Mãe Misericordiosa, nos ensine a suplicar com fé: “Jesus: pela vossa dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”.