COLUNA DA TRIBUNA

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Brincando com a Justiça?

Da Redação

| Edição de 22 de outubro de 2024 | Atualizado em 22 de outubro de 2024

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Tem gente que não é político e nem participou diretamente do processo eleitoral de 2024, que agora fica instigando candidato derrotado a vereador a tumultuar o resultado da eleição, na ânsia de tentar alterar a composição da nova Câmara Municipal de Apucarana. O argumento é sempre o mesmo de suposta candidatura laranja de mulher. Já existe uma ação do PT contra o Podemos, que até pode ter lá sua motivação, mas o que está por vir até parece vontade de brincar com a Justiça. Uma enxurrada de ações estaria sendo preparada e as duas primeiras seriam, uma contra o partido Democracia Cristã, que elegeu Adan Lenharo, e outra contra o Rede, que participou da coligação do PT. Se não houver provas concretas, a Justiça Eleitoral pode encarar tudo como litigância de má fé e punir os autores com pesadas multas. O resultado das urnas é para ser respeitado. Ganhar ou perder faz parte do jogo.

Revelação de comissionados

Vários funcionários comissionados da Prefeitura de Apucarana estão procurando pessoas ligadas ao prefeito eleito Rodolfo Mota para tentar se manter no cargo. Sem nenhum pudor, esse pessoal tem dito que foi obrigado pelo prefeito Junior da Femac a trabalhar pela candidatura de Recife e o fizeram constrangidos por serem eleitores de Rodolfo (sic). À um desses comissionados que o procurou, um interlocutor ligado a Rodolfo não se fez de rogado: “Se você, ocupando cargo de confiança do Junior da Femac o traiu, o que o Rodolfo poderá esperar de seu comportamento? Quem trai uma vez, trai duas, três”, arrematou. O tal comissionado saiu da conversa como quem perde o rumo de casa. Isto por si só demonstra como o Junior escolheu mal alguns assessores.

Rodolfo buscando recursos

O prefeito eleito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), além de se preocupar com a montagem de seu secretariado, tem feito um verdadeiro périplo atrás de recursos para alavancar sua administração. Recentemente esteve em Brasília, onde conversou com deputados federais e senadores da República solicitando a inclusão de Apucarana em algumas emendas, bem como tentando destravar obras paralisadas e que dependem de recursos federais para serem concluídas, como é o caso da escola José Domingos Scarpelini, no Jardim Interlagos. Ao mesmo tempo, Rodolfo tem visitado alguns prefeitos eleitos do Vale do Ivaí para discutir a eleição do novo presidente da Amuvi e do Cisvir. Ele próprio, a princípio, não pretende disputar nada.

Exemplo de civilidade

Logo após a eleição, confirmado o resultado das urnas, o prefeito de Jandaia do Sul, Lauro Junior, que não se reelegeu, fez questão de ligar para o candidato vitorioso, Ditão Pupio, para parabenizá-lo e colocar as portas da Prefeitura inteiramente abertas para início do processo de transição. Lauro Junior, na verdade, repetiu o mesmo gesto de Ditão Pupio, em 2020, quando ganhou a Prefeitura. Naquela eleição, Ditão, que não concorreu por já ter sido reeleito, apoiou o candidato André Saddi e perdeu. Reconhecendo a derrota, ligou para o então prefeito eleito Lauro Junior e o deixou à vontade para ter acesso à todas secretarias da Prefeitura, mesmo antes do início do processo de transição. O gesto de ambos demonstra muita civilidade na política.

Um terço de mulheres

Das 15 mulheres que disputam o segundo turno em vários municípios brasileiros, quatro são do Paraná. Duas concorrem entre si pela Prefeitura de Ponta Grossa, outra disputa em Curitiba e uma quarta tenta ser prefeita de Londrina. As mulheres paranaenses cada vez mais dão conta de sua importância na participação do processo político, o que é muito salutar para a democracia. Em algumas cidades, como é o caso de Apucarana, a composição da Câmara Municipal, infelizmente, ainda é predominantemente de homens. Na região do Vale do Ivaí, três mulheres conseguiram se eleger prefeitas agora em 2024, mas em Apucarana, em toda sua história política, nenhuma mulher conseguiu chegar à Prefeitura. Algumas até tentaram e quase chegaram lá, como foi o caso da economista Eli Holak em 1996.