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Brasil e China assinam acordo para estudar ferrovia até o Peru

(via Agência Brasil)

| Edição de 07 de julho de 2025 | Atualizado em 07 de julho de 2025

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O Brasil e a China firmaram um acordo para realizar estudos conjuntos sobre o corredor ferroviário que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. Este projeto visa integrar as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico), além da Ferrovia Norte-Sul (FNS), ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.

A assinatura do memorando ocorreu nesta segunda-feira (7) no Ministério dos Transportes, em Brasília. Os estudos serão conduzidos pela Infra S.A., estatal ligada ao Ministério dos Transportes, em parceria com o China Railway Economic and Planning Research Institute.

Desenvolvimento do Corredor Ferroviário

O corredor ferroviário já está parcialmente em execução no Brasil, através da Fiol, que parte de Ilhéus, na Bahia, até Mara Rosa, em Goiás, e da Fico, que se estende de Mara Rosa até Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. A cidade goiana será o ponto de interseção das duas ferrovias com a FNS, que vai de Açailândia, no Maranhão, até Estrela d’Oeste, em São Paulo.

Em Lucas do Rio Verde, onde a Fico termina, terá início a Ferrovia Bioceânica, que atravessará a fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, passando por Rondônia e sul do Acre, até a fronteira com o Peru. A ferrovia seguirá até o porto de Chancay, construído pelos chineses e inaugurado há três meses.

Rotas de Integração

A Ferrovia Bioceânica será parte das Rotas de Integração Sul-Americana, um projeto liderado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Lançado em 2023, o projeto prioriza obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para conectar modais rodoviários, fluviais e ferroviários em áreas de fronteira com países vizinhos.

O memorando assinado prevê que a estatal chinesa realizará estudos detalhados sobre a malha ferroviária brasileira, baseando-se em dois pilares: a integração multimodal do sistema de transportes, unindo rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, e as obras e projetos já existentes no país.

Atualmente, toda a área da futura Ferrovia Bioceânica já possui rodovias federais brasileiras e peruanas, com integração total através das estradas BR-364 e BR-317, no Brasil, e Irsa Sur, no Peru, até Chancay, a apenas 70 quilômetros de Lima, capital peruana.

O novo traçado da ferrovia bioceânica foi desenvolvido em parceria com o Ministério do Planejamento, a Casa Civil e o Ministério dos Transportes, e amplamente discutido com autoridades do governo e do Congresso do Peru.

O projeto Rotas de Integração é um dos quatro eixos estratégicos acordados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, na assinatura do acordo Brasil-China, em novembro de 2024. Além das Rotas, o pacto inclui o Novo PAC, a Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica.

Em abril deste ano, como parte do acordo entre Brasil e China, uma comitiva do China Railway Economic and Planning Research Institute visitou o Brasil, dialogando com representantes da Casa Civil, do Ministério dos Transportes e do Ministério do Planejamento e Orçamento. Em maio, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, o projeto Rotas foi novamente mencionado em declarações presidenciais.

Brics e Infraestrutura

A assinatura do acordo ocorreu próximo ao encerramento da Reunião de Líderes do Brics, nesta segunda-feira no Rio de Janeiro. Na declaração conjunta emitida no domingo (6), o grupo comprometeu-se a promover o diálogo para ampliar a infraestrutura de transportes entre os países em desenvolvimento.

“Esperamos promover ainda mais o diálogo sobre transportes para atender às demandas de todas as partes interessadas e aprimorar o potencial de transporte dos países do Brics, respeitando, ao mesmo tempo, a soberania e a integridade territorial de todos os estados-membros no âmbito da cooperação em transportes”, destacou o documento.

Segundo a declaração final, a integração entre as estruturas de transporte estimulará o desenvolvimento e integra-se à sustentabilidade ambiental.

“Reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento de uma infraestrutura de transporte sustentável e resiliente, reconhecendo seu papel crítico no crescimento econômico, na conectividade e na sustentabilidade ambiental”, diz o documento.



Com informações da Agência Brasil