O Plano Brasil Soberano, um conjunto de medidas anunciado recentemente para apoiar empresas brasileiras afetadas pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos, foi bem recebido por entidades representativas dos setores impactados. Essas entidades elogiaram as iniciativas e sugeriram melhorias, além de expressarem interesse em colaborar com o governo brasileiro para tentar reverter as tarifas de até 50% impostas pelo então presidente dos EUA, Donald Trump.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou positivamente as medidas do governo brasileiro, especialmente a criação de uma linha de crédito especial com juros mais baixos, que pode chegar a R$ 30 bilhões, o adiamento do pagamento de tributos federais por dois meses e a reativação do Reintegra.
“Recebemos positivamente pelo fato de contemplar muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e associações setoriais, e também porque englobou dois conceitos básicos: continuar negociando como prioridade e, o segundo, se novas medidas forem necessárias elas serão tomadas”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI.
Segundo Alban, as medidas darão “um respiro” à indústria nacional. “Não queremos só respirar, mas caminhar e, neste primeiro momento, o Plano Brasil Soberano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, destacou.
Indústria Química
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) considerou que o governo deu “um passo importante” com o Plano Brasil Soberano. O setor exporta diretamente para os EUA cerca de US$ 2,5 bilhões por ano.
“A Abiquim considera o pacote positivo na preservação da competitividade e do emprego e reforça urgência de negociações com os EUA por mais exclusões setoriais do tarifaço”, informou a associação. A entidade manifestou preocupação com os impactos indiretos em setores demandantes de química, como plásticos, calçados, alimentos e vestuário.
Na avaliação da Abiquim, o plano “dialoga com demandas históricas” do setor e de seus principais clientes, como indústrias que transformam insumos químicos em produtos de maior valor agregado destinados ao mercado norte-americano.
Têxtil e Confecção
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também manifestou apoio às medidas do governo.
“As ações apresentadas representam passos relevantes para preservar a competitividade das empresas, proteger empregos e fortalecer o setor produtivo”, disse a Abit, referindo-se às linhas de crédito com juros acessíveis e outras medidas fiscais.
A Abit destacou a importância de celeridade na tramitação das propostas no Congresso Nacional e na implementação das medidas pelo Executivo, garantindo que os benefícios cheguem rapidamente às empresas e trabalhadores impactados.
Conaje
A Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) também reconheceu a importância do pacote, especialmente em termos de linhas de crédito para pequenos e médios exportadores.
“São instrumentos relevantes para preservar empregos, dar fôlego ao setor produtivo e manter a competitividade internacional”, avaliou a Conaje, ressaltando a necessidade de agilidade na implementação das ações.
Crítica da Fiep
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) adotou um tom mais crítico em relação à condução do governo federal.
O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, afirmou que o governo tem colocado questões ideológicas acima dos interesses econômicos e do setor produtivo. A Fiep classificou as medidas emergenciais como “paliativas” e cobrou uma “negociação efetiva” com os EUA.
Com informações da Agência Brasil