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A cada dia, 17 mulheres viram vítimas de violência na região

Cindy Santos

| Edição de 06 de agosto de 2024 | Atualizado em 06 de agosto de 2024
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Por dia, ao menos 17 mulheres sofrem algum tipo de violência na região. Dados da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) mostram que de janeiro a junho deste ano, mais de 3,1 mil casos de violência contra mulher foram registrados na área da 17ª Subdivisão Policial (SDP) que abrange 26 municípios. A maioria dos crimes (42%) aconteceu em Apucarana, onde 1.322 denúncias chegaram até a polícia no primeiro semestre deste ano. 

Embora alto, o volume de denúncias registrado neste ano na região é 6% menor que no ano passado, quando pouco mais de 3,3 mil casos de violência contra mulher foram registrados no mesmo período. A queda também ocorreu em Apucarana, que teve 1,4 mil denúncias do tipo. 

A estatística mostra que a maioria dos abusos cometidos contra as mulheres ocorre no contexto doméstico e familiar. Somente no primeiro semestre deste ano foram 1,2 mil casos registrados na região, que correspondem a 40% do total de denúncias. Entre os casos mais recentes está o de uma mulher que foi esfaqueada pelo ex-marido que não aceita a separação. O crime ocorreu anteontem em Apucarana e o autor foi preso pela Polícia Militar (PM) após descumprir uma medida protetiva e invadir a casa da vítima. 

“O número de registros de violência doméstica familiar na delegacia de Apucarana ainda é relativamente distante do que gostaríamos que fosse. Eu gostaria que nenhuma mulher tivesse que passar por esse tipo de situação. Mas infelizmente esse crime ainda é uma realidade na nossa sociedade. Buscamos, por meio de diversas ferramentas, a diminuição desses crimes”, salienta a delegada titular da Delegacia da Mulher, Luana Lopes. 

A delegada destaca que a violência doméstica é tratada com mais rigor pela legislação, com mecanismos de defesa como o botão do pânico, patrulha Maria da Penha, além da prisão preventiva do autor em decorrência do descumprimento de medida protetiva e a possibilidade de fazer boletim de ocorrências online. “Isso faz com que as vítimas se sintam mais seguras no momento de fazer a denúncia delas e, consequentemente, faz com que a gente consiga trazer uma resposta mais séria e eficaz nas situações de violência doméstica”, assinala.

Polícia Civil adere à campanha nacional 

Durante o mês de agosto, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) vai realizar a Operação Shamar, que ocorre a nível nacional com ações repressivas de combate à violência doméstica. Também serão realizadas ações educativas e de acompanhamento de medidas protetivas. 

O sinal de socorro, feito com as mãos, foi criado pela Canadian Women’s Foundation, uma Organização Não Governamental de proteção a mulheres, sediada no Canadá, em 2020. O gesto, feito em três etapas, é usado por mulheres em situação de risco. A vítima levanta a mão com a palma para fora, dobra o polegar e fecha os dedos sobre ele. A palma da mão deve apontar para a pessoa a quem se pede ajuda.

O sinal é conhecido mundialmente e, após a abordagem, a pessoa que prestou ajuda pode telefonar para as forças de segurança. A PCPR vai entregar folders com o conteúdo durante ações realizadas no mês de agosto, além de distribuir em locais públicos.