Os brasileiros retiraram, em maio, R$ 315 milhões de valores esquecidos no sistema financeiro, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (8). O Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu um total de R$ 10,7 bilhões aos clientes bancários, mas ainda há R$ 10,1 bilhões disponíveis para saque.
O SVR é um serviço do BC que permite ao cidadão verificar se ele, sua empresa ou um ente falecido tem dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição. Caso haja valores, é possível solicitar a devolução.
Como Funciona o Serviço
O serviço do BC é totalmente gratuito. Para realizar a consulta, não é necessário login ─ basta informar o CPF e a data de nascimento do cidadão ou o CNPJ e a data de abertura da empresa, mesmo que encerrada. Para o resgate dos valores, é necessário possuir uma conta Gov.Br, nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas habilitada.
O dinheiro pode ser resgatado de duas formas: diretamente com a instituição responsável pelo valor ou por meio do Sistema de Valores a Receber.
Resgate de Valores de Pessoas Falecidas
Para acessar recursos de pessoas falecidas, é necessário ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Nesses casos, e também para empresas encerradas, o representante pode acessar o SVR com sua conta pessoal Gov.br e assinar um termo de responsabilidade para resgatar os valores.
Novidade: Solicitação Automática
Em maio, o Banco Central lançou uma nova funcionalidade no sistema: a solicitação automática de resgate de valores. Com essa opção, o cidadão não precisa mais consultar o sistema regularmente nem registrar manualmente cada solicitação de valor em seu nome.
Se algum recurso for disponibilizado por instituições financeiras, o crédito será feito diretamente na conta do cidadão. A solicitação automática de resgate é exclusiva para pessoas físicas e está disponível apenas para quem possui chave pix do tipo CPF. A adesão ao serviço é opcional.
Tipos de Recursos Disponíveis
- Valores em contas-correntes ou poupanças encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Estatísticas de Beneficiários
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem, atualizando novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro.
Até o final de maio, 31.304.956 correntistas haviam resgatado valores, sendo 28.458.524 pessoas físicas e 2.846.432 pessoas jurídicas. Por outro lado, 48.135.963 beneficiários ainda não retiraram seus recursos, dos quais 43.926.928 são pessoas físicas e 4.209.035 são pessoas jurídicas.
A maioria das pessoas e empresas que não realizaram o saque têm direito a pequenas quantias. Valores de até R$ 10 concentram 62,84% dos beneficiários. Valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,06% dos correntistas. Quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 10,21% dos clientes. Apenas 1,89% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.
Alerta Contra Golpes
O Banco Central alerta os correntistas sobre golpes de estelionatários que alegam intermediar resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são totalmente gratuitos, não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O órgão também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O banco também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de pedido.
Com informações da Agência Brasil