O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta terça-feira (12) sua intenção de criar uma moeda comum para os países que compõem o Brics. Durante uma entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News, Lula destacou a necessidade de testar essa ideia, afirmando que, caso não funcione, ele estaria disposto a admitir o erro. "É preciso testá-la. Se testar e fracassar, eu estava errado. Mas eu acho que é preciso alguém me convencer que eu estou errado", declarou.
O presidente enfatizou que o Brics representa um sucesso significativo para o Brasil, sugerindo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderia estar "um pouco de ciúmes da participação do Brasil nos Brics". Lula defendeu a importância do bloco na unificação dos interesses dos países do Sul global, permitindo um diálogo mais eficaz e o uso das similaridades entre eles. Ele destacou que o Brics abrange metade da população mundial e um terço do PIB global.
Atualmente, o Brics é composto por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Questões sobre o Dólar
Em relação ao dólar, Lula expressou incerteza sobre a conexão entre a taxação dos produtos brasileiros pelo governo americano e o Brics. Ele criticou a dependência do dólar, uma moeda de um único país, que se tornou a moeda mundial. "Nós não podemos ficar dependendo do dólar, que é uma moeda de um único país, que foi assumida como moeda do mundo", afirmou.
Lula questionou a possibilidade de negociar com os países em suas próprias moedas, ressaltando a importância de discutir no Brics a necessidade de uma moeda de comércio entre os membros. "O dólar é uma moeda importante, mas nós podemos discutir nos Brics, a necessidade de uma moeda de comércio entre nós", disse.
Ele também reiterou seu apoio ao multilateralismo nas relações internacionais, destacando que essa abordagem tem permitido um certo equilíbrio nas negociações comerciais entre os Estados, evitando a predominância de um Estado maior sobre um menor.
Encontro na ONU
O presidente Lula mencionou que abrirá a Assembleia Geral da ONU no dia 23 de setembro, mas ainda não sabe se haverá um encontro com o presidente Trump. Durante a entrevista, ele afirmou que defenderá o multilateralismo e a soberania do Brasil, além de abordar questões ambientais. Lula criticou a falta de cumprimento do Protocolo de Quioto e a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mencionando que enviou uma carta a Trump convidando-o para a COP, mas ainda não recebeu resposta.
Com informações da Agência Brasil