ECONOMIA

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Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% em 2025

(via Agência Brasil)

| Edição de 15 de setembro de 2025 | Atualizado em 15 de setembro de 2025

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O mercado financeiro ajustou para baixo suas previsões de inflação para 2025. Conforme o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, deve encerrar o ano em 4,83%, ligeiramente abaixo dos 4,85% projetados na semana anterior.

Há um mês, as expectativas eram ainda mais pessimistas, com uma projeção de 4,95% para 2025. Para os anos seguintes, as previsões são de 4,30% em 2026 e 3,90% em 2027.

A estimativa para 2025 permanece acima do teto da meta de inflação estipulada pelo Banco Central. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo um limite superior de 4,5%.

Em agosto, o Brasil registrou deflação pela primeira vez desde agosto de 2024, com uma queda de -0,11% nos preços, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse movimento aproxima as projeções do mercado do teto superior da meta de inflação, que é de 4,5%.

A redução de 4,21% na conta de luz no mês teve um impacto negativo de 0,17 ponto percentual no índice, sendo o principal fator de queda no grupo habitação, que recuou 0,90%. Este foi o maior recuo para um mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994, de acordo com o IBGE.

O grupo de alimentação e bebidas caiu 0,46%, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. O setor de transportes também apresentou uma redução de 0,27%, contribuindo para o IPCA negativo. Nos últimos três meses, os alimentos acumularam uma queda de 0,91%.

Câmbio

As expectativas para a cotação do dólar ao final de 2025 também foram revisadas para baixo, de R$ 5,55 para R$ 5,50, conforme o boletim divulgado hoje. Esta é a quarta semana consecutiva de redução nas expectativas para o câmbio do dólar, influenciada pelas políticas econômicas adotadas pelo governo de Donald Trump. Para 2026 e 2027, a projeção permanece em R$ 5,60.

PIB e Selic estáveis

As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa básica de juros (Selic) mantiveram-se estáveis. O mercado projeta um crescimento de 2,16% para o PIB em 2025, o mesmo valor projetado na semana anterior. Há um mês, a expectativa era de um crescimento de 2,21%.

Para 2026, a previsão de crescimento do PIB é de 1,80%, abaixo dos 1,85% projetados na semana anterior e dos 1,87% de quatro semanas atrás. Para 2027, o crescimento econômico esperado é de 1,90%, ligeiramente acima dos 1,88% projetados na semana anterior e dos 1,87% de quatro semanas atrás.

Taxa básica

A projeção para a Selic é de que ela encerre o ano em 15%, mantendo-se inalterada nas últimas 12 semanas. Para os anos seguintes, o mercado projeta uma Selic de 12,38% em 2026 e de 10,50% em 2027.

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta, definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Com a queda da inflação e o início da desaceleração econômica, o Copom interrompeu o ciclo de aumento de juros.

O aumento da taxa básica de juros visa conter a demanda aquecida, impactando os preços ao encarecer o crédito e incentivar a poupança. Os bancos, no entanto, consideram outros fatores além da Selic ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Taxas mais altas podem dificultar a expansão econômica. Quando a Selic é reduzida, a tendência é que o crédito se torne mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle sobre a inflação e estimular a atividade econômica.



Com informações da Agência Brasil