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Chuvas e alagamentos voltam a preocupar moradores de Porto Alegre

Lucas Pordeus León - Enviado especial (via Agência Brasil)

| Edição de 19 de junho de 2024 | Atualizado em 19 de junho de 2024

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As chuvas que atingem, desde a madrugada desta quarta-feira (19),

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 a região metropolitana de Porto Alegre voltaram a preocupar os moradores de áreas de risco. Em bairros da zona norte da cidade, a água voltou a entrar em algumas residências.

Poucos dias após regressarem para casa depois das enchentes do mês de maio, famílias das chamadas ilhas de Porto Alegre e de bairros como Humaitá e Navegantes voltaram a presenciar o aumento dos níveis dos rios.

Porto Alegre (RS), 19/06/2024 - Casas destruídas na ilha da Picada após chuvas e novos alagamentos. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Casas destruídas na Ilha de Pintada após chuvas e novos alagamentos - Bruno Peres/Agência Brasil

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No município de Eldorado do Sul,

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 na região metropolitana, um dos mais afetados pelas chuvas, 5,4 mil pessoas precisaram abandonar novamente suas casas devido a riscos de inundação. Dessas, 115 pessoas foram alojadas em abrigos públicos.

De meia-noite até as 14h de hoje, choveu entre 64

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 e 79 milímetros (mm) em Porto Alegre, segundo a Defesa Civil da capital. O nível do Lago Guaíba, que banha a cidade, chegou a 3,12 metros (m) pela

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 manhã, próximo da cota de alerta, que é de 3,15 m, e da de inundação, que é de 3,6 m.

Porto Alegre (RS), 19/06/2024 - Cleci Terezinha Elesbao em sua casa alagada no bairro Humaitá após chuvas e novos alagamentos. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Cleci Terezinha Elesbao em sua casa alagada no bairro Humaitá depois de voltar a chover

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 - Bruno Peres/Agência Brasil

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A cuidadora de crianças Cleci Terezinha Elesbao, de 49 anos, voltou

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 para sua residência, no bairro de Humaitá, há uma

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 semana, depois da inundação de maio. Ela havia começado a recompor os móveis a partir de doações que recebeu.

“É triste né. Tinha tudo dentro da minha casa. Levo a vida toda para construir. Me dá vontade de chorar, mas não adianta, não vai adiantar nada. Aqui não quero morar mais. Se eu tivesse uma oportunidade para sair daqui, eu ia”, comentou a moradora de uma das regiões mais atingidas pela enchente na capital gaúcha.

Situação semelhante enfrenta a aposentada

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 Dileta Frazon, de 65 anos. Ela

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 vive há 23 anos no bairro de Navegantes, que também alagou nesta quarta-feira. Faz

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 apenas 11 dias que a aposentada regressou para sua residência após as fortes chuvas de maio.

“A gente fica com medo. Não vai parar mais. Não fizeram nada ainda. Cada chuva vai ser pior, vamos ficar sem dormir. Vamos procurar um lugar mais confortável e mais alto, né, mas não pode ser no morro para não desmoronar”, afirmou Dileta, acrescentando que assim que tiver a oportunidade vai deixar Porto Alegre. Ela

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 quer ajuda dos governos para conseguir outra residência.

Na Ilha de Pintada, onde o nível do Rio Jacuí

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 subiu hoje, os moradores também voltaram a ficar apreensivos. A região margeia o rio, e o cenário ainda é de destruição, com montanhas de entulhos por todos os lados, casas destruídas e carros de cabeça para baixo.

Porto Alegre (RS), 19/06/2024 - Thaiane Azevedo Cabral em frente ao que sobrou da sua casa destruída na ilha da Picada após chuvas e novos alagamentos. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Daiane Azevedo Cabral em frente ao que sobrou da sua casa destruída na Ilha de Pintada

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 - Bruno Peres/Agência Brasil

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A moradora Daiane Azevedo Cabral, de 41 anos, perdeu a casa na enchente de maio. Ela vive no local

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 desde que nasceu e disse que nunca havia entrado água na sua casa. Sobre a possibilidade de o rio voltar a subir, ela diz que o cenário é “desesperador”.

“Porque eu estou com meus bichos tudo ali. Imagina eu sair de bote, carregar tudo de novo. Eu nasci e me criei aqui. Por isso que dói. Por isso que é ruim. Eu amo demais esse lugar aqui”, comentou. Apesar do apego pelo local, Daiane diz que não quer mais morar próximo ao Rio Jacuí.

"Eu gostaria de ter uma casa em outro lugar e fazer pelo menos um espaço

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 rústico, alguma coisa que eu pudesse vir aqui e não perder isso, entendeu? Porque o medo é muito grande”, afirmou. ”

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 Daiane tinha uma empresa de iluminação de festa, mas que acabou com a enchente, que levou todos os seus equipamentos. Ela voltou ao bairro há uma semana e está dormindo na casa do patrão do cunhado.

O marido de Daiane, Ricardo Sauer, de 53 anos, que é motorista de aplicativo, conta que não sabe como conseguir ajuda do governo para procurar outra residência.

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 “Não temos informação”, lamentou.

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Seu vizinho, Juarez Cesar Coelho, de 69 anos, se emocionou ao falar do futuro. Disse que não pensa em sair da Ilha de Pintada. Em maio, ele precisou ser resgatado de helicóptero do telhado da sua residência. “A vida é essa ai, não adianta. Tem que viver para sofrer. Eu perdi tudo, casa, carro”, contou.

Meteorologia

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestade para maior parte do Rio Grande do Sul que deve durar até a noite de hoje.

No município de São Leopoldo, a Defesa Civil emitiu um alerta hoje com o aumento do nível do Rio dos Sinos. Desde o último final de semana, fortes chuvas voltaram a atingir o

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 Rio Grande do Sul. Foram registrados alagamentos em municípios como Montenegro

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 e Igrejinha.