Desde que um ciclone extratropical passou pelo território paulista, causando ventos fortes e muitos estragos, mais de 417 mil moradores da Grande São Paulo ainda enfrentam a falta de energia elétrica. Um exemplo é a roteirista Erica Chaves, residente do Butantã, na capital paulista, que está sem luz desde o meio-dia de quarta-feira (10).
Na última quinta-feira (11), Erica conversou com a Agência Brasil e contou que, ao retornar do mercado, descobriu que sua casa estava sem energia. "A primeira coisa que enfrentei foi chegar em casa com as compras e encontrar tudo no escuro. Conseguimos levar alguns alimentos para a casa de uma vizinha, especialmente aqueles com valor afetivo, que trouxemos de uma viagem. O restante, infelizmente, já tivemos que descartar", relatou.
Nesta manhã de sábado (13), Erica voltou a falar com a Agência Brasil e afirmou que a situação permanece a mesma. A falta de energia a fez economizar o uso do celular para poupar bateria e internet. "Meu pai está internado no hospital, que felizmente tem energia. Estou economizando a internet e entrando de hora em hora para poupar bateria e poder receber notícias dele", explicou.
No Bixiga, região central da capital, moradores protestaram na noite de ontem (12) contra a falta de energia. "Queremos luz", gritavam os manifestantes. Até a manhã de hoje, o problema persistia, afetando especialmente os idosos do local, que enfrentam dificuldades para subir escadas, tomar banho e se alimentar.
Na Pompeia, zona oeste da cidade, um protesto estava programado para o início da tarde de hoje, mas a energia foi restabelecida pouco mais de uma hora antes, conforme relatado por uma moradora.
Na manhã deste sábado, a Enel, responsável pelo fornecimento de energia na Grande São Paulo, informou que mobilizou um número recorde de equipes desde a última quarta-feira, com previsão de restabelecer a energia para todos os clientes até amanhã. "A distribuidora está trabalhando para normalizar o fornecimento aos consumidores afetados pelo evento meteorológico dos dias 10 e 11 de dezembro até o fim do dia de amanhã", afirmou a companhia.
Segundo a Enel, a falta de energia foi causada por "condições meteorológicas adversas", que impactaram significativamente as operações de restabelecimento, pois as rajadas contínuas causaram novas interrupções enquanto as equipes trabalhavam para religar os clientes.
Na noite de ontem (12), a Justiça de São Paulo, atendendo a uma determinação do Ministério Público SP e da Defensoria Pública, ordenou que a Enel restabeleça a energia elétrica em até 12 horas, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora. Em resposta, a Enel declarou que "não foi intimada da decisão e continua trabalhando incessantemente para restabelecer o fornecimento de energia à população afetada pelo evento climático".
Com informações da Agência Brasil