A plataforma iFood e a startup Mottu uniram forças em uma nova parceria que visa atrair entregadores por aplicativos que utilizam motos alugadas, oferecendo descontos e outros incentivos. Este programa, exclusivo para profissionais cadastrados nas empresas, começará a vigorar a partir de 1º de setembro.
O iFood, reconhecido como a plataforma digital de entrega mais popular do Brasil, conta atualmente com cerca de 450 mil entregadores ativos em mais de 1,5 mil cidades. Por sua vez, a Mottu, uma startup especializada no aluguel de motos, opera em mais de 120 cidades brasileiras e possui mais de 130 mil veículos prontos para participar desta iniciativa.
“A colaboração reúne vantagens exclusivas para quem entrega pelo iFood e já aluga seu veículo com a Mottu ou deseja iniciar uma locação”, informaram as empresas em comunicado.
Benefícios para os Entregadores
Os entregadores que utilizam o iFood e alugam motos da Mottu poderão usufruir de até 20% de desconto na caução (garantia) e condições especiais em planos de locação, com diárias variando entre R$ 18 e R$ 28. Os planos incluem assistência 24 horas, suporte em caso de roubo e cobertura para danos a terceiros. Dependendo do plano escolhido, há ainda a possibilidade de o entregador adquirir a moto após três anos de aluguel.
Além disso, o iFood promete recompensas de até R$ 350 mensais para entregadores que cumprirem desafios específicos, realizando um determinado número de entregas. Caso mantenham um alto nível de ocupação, os trabalhadores ganharão créditos que poderão ser utilizados para pagar despesas, como multas de trânsito, conforme assegurado pela Mottu.
Impacto no Vínculo Trabalhista
A parceria surge em meio a um debate acalorado sobre a relação trabalhista entre entregadores e plataformas digitais. Recentemente, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão Especial sobre Transporte e Entrega por Plataforma Digital, que analisará o Projeto de Lei Complementar (PLP) 152/25. Este projeto busca regulamentar as relações de trabalho e a prestação de serviços nas plataformas digitais.
“Estas são as contradições que o Congresso Nacional vai ter que enfrentar. Como se explica isso? Estou alugando um bem para você trabalhar [para mim], mas você não é meu trabalhador. Como é isso? Acho que isso deixa mais latente que há, sim, vínculo [trabalhista]”, ponderou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Para Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo (SindimotoSP), qualquer economia para os trabalhadores é bem-vinda, mas ele ressalta que, no final, os empregados estão assumindo custos que antes eram dos empregadores.
Prêmios e Segurança no Trânsito
O sindicalista alerta para o risco de que a proposta de premiar entregadores que atingirem metas estabelecidas pelo iFood possa incentivá-los a correr mais, desrespeitando normas de segurança no trânsito. Ele lembra que a Lei 12.436, de 2011, proíbe práticas que estimulem o aumento da velocidade, incluindo prêmios por cumprimento de metas.
“Conseguimos criar esta lei justamente para preservar vidas e diminuir os conflitos no trânsito, pois essas bonificações iam na contramão do que se recomenda para aumentar a segurança e reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito”, concluiu Gil.
Ministro do do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho participa do programa Bom Dia, Ministro Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil