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Apucarana consolida liderança na produção de abacate no PR

Cindy Santos

| Edição de 21 de agosto de 2025 | Atualizado em 21 de agosto de 2025

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Em 9 anos, a produção de abacate no Paraná aumentou 91% em área e 60,9% em colheitas. Esse é um dos assuntos abordados no Boletim de Conjuntura Agropecuária, divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), que coloca Apucarana maior produtor da fruta no Paraná, posição que ocupa há alguns anos.

Em 2014 a produção estadual foi de 22,2 mil toneladas plantadas em uma área de pouco mais de mil hectares, gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) R$ 55,6 milhões. Já a produção em 2023 alcançou 35,8 mil toneladas em uma área de 2 mil hectares, que gerou um VBP de R$ 89,7 milhões. Isso representou 2,6% da fruticultura estadual. Os levantamentos de 2024 já indicam um aumento na produção de abacate no Paraná, que serão confirmadas na publicação dos números oficiais no final do mês.

O Norte do Estado se destaca na produção representando 88,1% da produção estadual.

Com uma produção de 5,2 mil toneladas em 2023, Apucarana é o maior produtor da fruta, com 14,5% de todo abacate produzido no Estado, movimentando mais de R$ 13 milhões. Arapongas e Assaí seguem como segundo e terceiro maiores produtores, representando 7,3% e 6,7% das produções estaduais, respectivamente.

A cultura do abacate foi introduzida recentemente em Apucarana. O primeiro registro oficial de faturamento da atividade é de 2019.

Parte dos abacates produzidos no município saem da propriedade do agricultor José Vanderlei Piassa Junior, localizada no Distrito de São Domingos. Lá são cultivados 5 mil abacateiros em uma área de 19 alqueires, que neste ano já produziram 360 mil quilos de abacates de diversas variedades, comercializados para estados como Rio Grande do Sul e nordeste. “Esse ano deu bom. Superou a produção e valores de venda”, comemora ao agricultor.

De acordo com ele, o fruto que chegou a ser vendido a 80 centavos o quilo no ano passado, teve uma valorização significativa de 337% passando a ser comercializado a R$ 3,5 o quilo, em média. “Esse ano está animador e o ano que vem promete muito mais”, afirma o agricultor.

O otimismo, segundo ele, se deve ao clima favorável sem muitas intempéries que colaboraram para o bom desenvolvimento da lavoura que, quando bem cuidada, tem aumento na produção com o passar dos anos. “Quanto mais velhos os abacateiros, maior a produção. Mas isso exige adubagem e controle de pragas, com monitoramento constante, especialmente em época de florada”, destaca.

Além do fruto, Piassa também comercializa mudas e recebe visitação de agricultores que querem conhecer o manejo da cultura. Para ele, é fundamental a criação de um sindicato ou uma associação de produtores para auxiliar os pequenos produtores locais.

“Nós sofremos muito porque não conhecíamos o plantio, aprendemos na dor e na perda até conseguir dominar bem essa cultura e as técnicas”, ressalta.

Fruta ganhou em valorização

O engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Andrade, analista de fruticultura, explica o motivo do aumento na produção da fruta no estado. “A fruta, antes vista como maléfica às questões nutricionais, hoje está comprovadamente como um superalimento funcional, contribuindo para as melhorias da saúde pública”.

Paulo explica que a exportação da fruta no Brasil também tem crescido cada vez mais. “O Brasil hoje é sétimo produtor mundial, respondendo por 4% dessa produção. Das frutas exportadas pelo Brasil, é a oitava em volume, representando receitas de 36 milhões de dólares para embarques de 24 mil toneladas” conta. Isso faz com que o Brasil siga alcançado recordes sucessivos na balança comercial brasileira.