Faleceu nesta terça-feira (22), vítima de câncer, a diretora de festivais e produtora de cinema Zita Carvalhosa. Desde cedo, muitas manifestações de carinho foram publicadas nas redes sociais. "Zita Carvalhosa portava sempre algo de primaveril, para a vida dos próximos e para o cinema brasileiro. Catalisar jovens talentos foi seu maior e raro dom", comentou Amir Labaki, diretor do festival É Tudo Verdade.
O Ministério da Cultura lamentou a partida de Zita: "É com pesar que o MinC recebe a notícia da morte da produtora cultural Zita Carvalhosa. Zita foi uma das mais importantes vozes na valorização de curtas-metragens no Brasil".
A Spcine, empresa paulista de cinema, destacou que Zita é uma inspiração para quem acredita no poder transformador do cinema: "Zita foi uma das vozes essenciais para a criação da Spcine e integrava o nosso comitê consultivo, contribuindo com sua visão generosa, crítica e comprometida com a diversidade e o fortalecimento do setor".
Tida pelos amigos como uma profissional incansável, obstinada, inspiradora e pioneira, foi Carvalhosa quem idealizou e fundou a Kinoforum em 1990. A associação se tornaria a principal vitrine para o cinema de curta-metragem no Brasil, como publicou o amigo, cineasta Francisco César Filho, o primeiro a oficializar a partida da produtora logo cedo em rede social.
Foram milhares de realizadores de curtas internacionais e nacionais que tiveram a oportunidade de serem exibidos ao longo dos anos. Ainda neste mês de julho, segundo Francisco César Filho, ela comemorava mais de três mil títulos inscritos para a 36ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo - Kinoforum, previsto para agosto.
Museu
Além do trabalho no cinema, Zita também esteve à frente como curadora do Museu da Imagem e do Som em São Paulo (MIS) durante sete anos, onde teve a missão de imprimir o seu olhar cuidadoso no audiovisual em um dos espaços mais respeitados do país.
Zita nasceu em São Paulo, em 1961, e se formou em cinema pela Universidade Paris III, na França. Além do Kinoforum, Zita fundou em 1983 a empresa produtora de cinema Superfilmes, voltada a projetos independentes e com olhar atento às produções dirigidas por mulheres e novos talentos, como o premiado filme Carvão, de Carolina Markowicz.
Carolina também fez um post emocionado em sua rede social: "Até hoje ouço internamente seus ensinamentos no meio das loucuras da vida do cinema, e tentativa de buscar o simples, isso sim, o mais complexo. Obrigada por ter me dado a honra de produzir meu primeiro longa. O cinema e todos nós sentiremos sua falta, querida Zita".
O velório será aberto ao público nesta quarta-feira (23), das 10h às 16h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Com informações da Agência Brasil