O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, pediu à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira a abertura ‘urgente’ de um inquérito sobre as acusações levantadas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
O advogado alega que sofreu tentativas de extorsão na Operação Lava Jato em troca de facilidades para clientes. Ele afirma que passou a ser ‘perseguido’ por não compactuar com o que chamou de uma prática ‘comercial corriqueira’. As acusações foram feitas nesta segunda-feira em uma audiência virtual.
Ex-juiz da Lava Jato, Moro disse que “não teme qualquer investigação” e chamou as acusações de “calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade”. Deltan Dallagnol, que foi coordenador da força-tarefa, afirmou que o advogado é um “mentiroso compulsivo, criminoso confesso e lavador de dinheiro profissional”.
O ofício do juiz Eduardo Appio, que assumiu os processos remanescentes da Lava Jato, foi encaminhado ao superintendente da PF do Paraná, Rivaldo Venâncio
“Encaminho a Vossa Excelência cópia da ata da referida audiência (notícia-crime) para fins de instauração urgente de inquérito policial visando a apuração da prática, em tese, de crime de extorsão (alegadamente a agentes públicos federais)”, escreveu Appio.
Ele também encaminhou o caso ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), porque Moro e Dallagnol têm direito ao foro por prerrogativa de função. Tacla Duran teve a prisão decretada por Moro no auge da Lava Jato, mas nunca foi preso porque há anos vive na Espanha. (ESTADÃO CONTEÚDO)