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Operação combate facções que controlam internet em comunidades do Rio

(via Agência Brasil)

| Edição de 05 de agosto de 2025 | Atualizado em 05 de agosto de 2025

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Em uma operação realizada nesta terça-feira, duas centrais de internet clandestina foram desativadas e uma grande quantidade de equipamentos eletrônicos e cabos para instalação de redes foi apreendida na zona norte do Rio de Janeiro. A ação visava combater a exploração ilegal de serviços de internet na região.

A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) conduziu duas pessoas à delegacia e prendeu um homem em flagrante por receptação. Com ele, foram encontrados 200 modens e cabos pertencentes a empresas, configurando produtos de crime.

A Operação Rede Obscura focou nos serviços explorados pelas facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro. Ao todo, 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços relacionados aos alvos, na zona norte e na Baixada Fluminense.

Investigação e Desdobramentos

A ação é parte de uma investigação em curso, que começou a partir de dados técnicos e relatos que indicavam a existência de provedores atuando irregularmente em comunidades controladas por facções criminosas. A investigação revelou a atuação de uma empresa ligada ao Comando Vermelho no Morro do Quitungo, em Brás de Pina, e outra ao Terceiro Comando Puro, em Cordovil e Cidade Alta.

Vigilância Armada

Os agentes descobriram que as facções contavam com apoio logístico de criminosos armados, que impediam a entrada de operadoras licenciadas e promoviam vandalismo nas redes técnicas, destruindo cabos de fibra óptica. No Morro do Quitungo, foram identificados postos de vigilância armada, indicando que as atividades ilegais ocorriam sob proteção armada. Os moradores eram obrigados a usar o sinal de TV a cabo explorado pelos criminosos, com pagamento mensal aos traficantes.

Atuação Clandestina

Em fevereiro, técnicos de uma das empresas clandestinas foram flagrados atuando na rede próxima ao Morro do Quitungo. Logo após, a operadora licenciada reportou uma queda abrupta de sinal, confirmando posteriormente o rompimento dos cabos. Materiais subtraídos de operadoras regulares foram encontrados na sede da empresa clandestina.

O responsável pela empresa ligada ao Comando Vermelho já tinha antecedentes por tráfico de drogas, furto de energia e receptação. Em depoimento, ele relatou ter recebido propostas para assumir o serviço de internet em outras comunidades, mencionando repasses periódicos a lideranças do tráfico.

O proprietário da empresa ligada ao Terceiro Comando Puro foi autuado em flagrante por receptação qualificada, com grande volume de cabos de operadoras regulares encontrados em um galpão. Equipes de instalação, sem vínculo formal, operavam sem habilitação. Em março, sete pessoas foram presas, incluindo uma funcionária em plena atividade de instalação clandestina.

O material apreendido será submetido à análise forense, com apoio do setor de inteligência, para subsidiar novas diligências e fortalecer a investigação em andamento, visando responsabilizar todos os envolvidos no esquema criminoso.



Com informações da Agência Brasil

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