O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, nesta terça-feira (1º), uma operação que mira 11 policiais militares do batalhão de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Os agentes são acusados de oferecer segurança armada privada a comerciantes locais durante o expediente, utilizando a estrutura da corporação. Os envolvidos enfrentarão acusações na Justiça por organização criminosa, corrupção passiva e peculato.
A operação contou com o suporte da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar. Durante a ação, foram presos os militares Jaime Vicente, Rodrigo Viana, Ivaney Gama, Rodrigo de Oliveira, Pablo Regis, Ubiratan Ferreira, André Monsores, Rafael Santos e Rafael Carvalho.
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Outros dois policiais, Felipe da Silva e Marcelo Silva, ainda não foram localizados. Os mandados de prisão, expedidos pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar, foram cumpridos em Belford Roxo, Nova Iguaçu, Maricá e nos bairros da Pavuna e Bento Ribeiro, na zona norte do Rio.
Conforme a denúncia do Ministério Público, os comerciantes envolvidos eram informalmente chamados de “padrinhos”. Os delitos ocorreram entre 2021 e 2024, período em que os policiais estavam no 39º batalhão, em Belford Roxo. Atualmente, alguns dos acusados ainda atuam na unidade, enquanto outros foram transferidos para o 12º BPM (Niterói), 15º BPM (Duque de Caxias), 20º BPM (Mesquita), Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) e Prefeitura de Belford Roxo.
As investigações revelaram que os comerciantes contratavam o serviço, criando uma dependência econômica que comprometia os princípios de legalidade, moralidade e isonomia no acesso à segurança pública. Os estabelecimentos identificados incluíam restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até um posto do Detran em Belford Roxo.
Em comunicado, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que os policiais presos foram levados à corregedoria para procedimentos administrativos e exame de corpo de delito, antes de serem encaminhados à unidade prisional da corporação, em Niterói, onde aguardam a disposição da justiça.
A nota reforça que a Polícia Militar “atua contra todos os tipos de delitos cometidos por policiais militares e não compactua com desvios de conduta ou crimes praticados por seus membros, punindo rigorosamente os envolvidos quando os fatos são comprovados”.
A Agência Brasil não conseguiu contato com os advogados dos policiais acusados.
Com informações da Agência Brasil