A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em colaboração com o Ministério Público estadual, deflagrou uma operação nesta quarta-feira (2) contra um grupo especializado em furtar petróleo bruto da Petrobras Transporte (Transpetro). Durante a ação, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, emitidos pela Justiça, contra os líderes e membros do grupo em Além Paraíba (MG). Dois integrantes da quadrilha foram detidos.
As investigações revelaram que a quadrilha operava de maneira organizada nos últimos anos, mesmo após ser alvo de diversas operações policiais. A ação teve início após uma tentativa de retirada de petróleo bruto em Rio das Flores, no interior do estado do Rio, em agosto do ano passado.
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Técnicos identificaram movimentações suspeitas e localizaram um túnel escavado com cerca de 7 metros de extensão, projetado para acessar clandestinamente a tubulação e facilitar a retirada do combustível. Essa técnica de furto de combustíveis é conhecida como trepanação, que consiste em perfurar o duto para criar uma abertura e instalar uma válvula, permitindo o desvio de combustível diretamente do gasoduto. A ação conjunta entre o setor de segurança da empresa e a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) impediu o crime e evitou um potencial desastre ambiental, já que a perfuração ocorria nas proximidades do Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de água em três estados.
O inquérito apontou que a organização criminosa utilizava veículos alugados por terceiros, contas bancárias de terceiros e comunicações criptografadas para dificultar a identificação dos verdadeiros responsáveis. As provas coletadas evidenciaram o papel dos líderes, que mantinham uma atuação contínua no planejamento, financiamento e execução das ações. Segundo as investigações, os criminosos já haviam sido alvos de outras cinco operações, demonstrando reincidência às medidas cautelares anteriormente impostas pela Justiça.
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Transpetro
Em nota, a Transpetro informou que é vítima do crime de furto de petróleo e derivados em dutos, e sua maior preocupação é a preservação da vida e a segurança das pessoas e do meio ambiente. Para reduzir a ocorrência dessa prática, a companhia adota uma estratégia focada em três linhas de ação.
Primeiramente, utiliza tecnologias, a partir do Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL) da Transpetro, que permitem a rápida localização de derivações clandestinas. Também investe no trabalho de relacionamento comunitário, focado na conscientização da população que vive no entorno dos ativos, incluindo a divulgação do número 168, um canal de comunicação direta entre a empresa e a população. Por fim, mantém convênios com órgãos de segurança pública. "Essa estratégia tem resultado em uma redução nos números de derivações clandestinas. Desde 2020, reduzimos em cerca de 90% o número de furtos e suas tentativas nas nossas faixas. Em 2020, foram 201 ocorrências e, no ano passado, 25", afirma a empresa em nota.
Com informações da Agência Brasil