A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Apucarana deu início ontem à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que contará com uma programação especial, com diversas atividades voltadas à inclusão e conscientização, até o próximo dia 28.
Izabel Ortega, diretora da Apae, convidou a população para as carreatas que acontecerão hoje em Apucarana. “Vamos ter uma no período matutino, às 9 horas, e outra no vespertino, às 14 horas. De manhã, vamos fazer uma concentração na praça da Catedral e à tarde, no Shopping CentroNorte”, explicou a diretora, acrescentando que as carretadas partirão da rua atrás no Terminal Rodoviário.
Convidado a falar, o aluno Alexander de Souza, 18 anos, ressaltou a importância da Apae. “Creio que a Apae foi fundamental para o aprendizado, estou aqui desde os dois anos de idade. Desde o momento que entrei, aprendi muitas coisas aqui. A ler, escrever e fazer contas. Então acredito que essa instituição é fundamental não só para meu aprendizado, mas para o aprendizado de todos os alunos que estão aqui”, comentou.
O presidente da Apae de Apucarana, Luis Fernando Frias, destacou a importância dessa semana. “Teremos vários eventos com as crianças, vamos fazer uma semana diferente, mas o foco esse ano é conscientizar as pessoas sobre a ADI (ação direta de inconstitucionalidade) que está rolando para que as Apaes do Paraná não sejam consideradas mais escolas. Estamos brigando para que isso não aconteça”, explicou.
ADI
Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi proposta pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) vem causando polêmica dentro do movimento apaeano. A ação argumenta que as leis estaduais 17.656/2013 e 18.419/2015 violam diversos dispositivos da Constituição Federal e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A entidade defende que o modelo adotado pelo Paraná promoveria a exclusão escolar.
Atualmente, a Apae Apucarana atende 470 pessoas com deficiência intelectual e múltipla, entre crianças, jovens e adultos. A ação está em análise pelo STF e ainda não há decisão sobre o mérito da questão.