A Casa de Saúde Santa Rita de Arapongas anunciou de forma definitiva o encerramento das atividades após 68 anos de assistência à saúde no município. Fundada em 1956 pelos médicos Cyro Bolivar de Araujo Moreira e seu filho, Abelardo de Araujo Moreira, a instituição fechou as suas portas no dia 30 de abril, mas ainda estava operando de forma administrativa em alguns setores.
De acordo com Shirlei Simas de Araujo Moreira, gerente administrativa, a Casa de Saúde enfrentava algumas dificuldades financeiras. “Nós não tínhamos condições de ficar bancando, os custos eram muitos altos e não tinha como repassar isso para os pacientes. Por isso, decidimos encerrar as atividades”, explicou. A profissional também comentou que outro problema enfrentado era a baixa taxa de ocupação, já que o Santa Rita não atendia pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das proprietárias da instituição, que funcionava como maternidade, Gisele Jacon de Araujo Moreira, afirmou que tanto ela quanto seus dois irmãos estão tristes com o fechamento, mas esperançosos de que uma nova história se inicie no edifício. “O hospital existe desde que nascemos e faz parte de nossa memória familiar, inicialmente com uma construção em madeira, substituída depois por uma construção em alvenaria. Enfim, guardamos no peito a história da Casa de Saúde como local de comprometimento humano e social com a saúde e o bem-estar do público, não como um empreendimento comercial. Foi ali, inclusive, que meu pai e minha mãe, viveram seus últimos momentos de vida”, disse ela.
No momento do fechamento, a instituição contava com 45 funcionários, que foram previamente avisados da situação.
A Casa de Saúde Santa Rita atendeu pelo SUS até 1994. Da década de 1960 para cá, foram cerca de 250 mil cirurgias realizadas e aproximadamente 35 mil partos. Mais de 100 médicos passaram pela instituição, dentre eles o José Carlos Ferreira da Silva e a psiquiatra Nitis Jacon de Araujo de Moreira, esposa de um dos fundadores.
A Secretaria Municipal de Saúde lamentou o fechamento. “Nós ficamos triste com a notícia. Só temos a agradecer, pelos araponguenses, a toda a família por todos estes anos de trabalho em nossa cidade”, declarou Carlos Eduardo Arruda, secretário de saúde de Arapongas.
Ainda segundo Carlos Eduardo, mesmo a instituição atendendo apenas de forma particular e convênios, o encerramento das atividades pode impactar o sistema de saúde da cidade. “Por mais que eles não atendessem o SUS, essa migração de pacientes que lá eram atendidos irá para outros hospitais”, finalizou o secretário.