Onovo cemitério público de Apucarana, anunciado em 2014 como solução para a falta de jazigos na cidade e que fica ao lado do Cemitério Ucraniano, pode não ser mais construído no terreno inicialmente previsto na região da Barra Nova. Segundo a Autarquia Municipal de Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa), o local escolhido em gestões anteriores – e que chegou a ter lotes comercializados - se mostrou inviável devido ao alto custo de infraestrutura, e o município agora estuda uma nova área para o projeto, batizado inicialmente de “Cemitério Morada da Paz”.
“Para chegar até lá, gastaríamos cerca de R$ 6 milhões com asfalto, calçada e iluminação. Além disso, o local também precisaria de vigilância permanente, o que encarece ainda mais. Estamos procurando um espaço mais próximo e com menor custo para o município”, informou José Airton Deco de Araújo, diretor presidente do órgão.
Enquanto o novo local ainda não é definido, as famílias que adquiriram jazigos podem escolher entre aguardar a implantação do cemitério em outra área ou, no futuro, solicitar o reembolso. “Nós estamos trabalhando em prol da construção de um novo cemitério, tanto eu quanto o prefeito Rodolfo Mota. Mas as famílias que não quiserem mais esperar, em algum momento, será oportunizado pedirem o ressarcimento dos valores pagos devidamente corrigidos”, reforçou Deco. Todo o valor arrecadado, segundo Deco, está reservado para o projeto.
Procurado pela reportagem, o prefeito Rodolfo Mota informou que vários cenários estão sendo analisados e que nada ainda foi resolvido. Dentre as opções disponíveis estão: que o cemitério público seja construído em uma área mais próxima da cidade ou ainda que alguma empresa privada toque as obras em questão. Segundo o prefeito, apesar das mudanças, o projeto de um novo cemitério público será mantido e ele está empenhado em resolver a questão o mais breve possível. “Ninguém vai ficar no prejuízo e nós vamos enfrentar a situação nos próximos anos”, complementou.
COMPRADORES
Segundo a Aserfa, cerca de cem lotes foram comercializados. Entre os compradores dos lotes está o aposentado José Zaqui Neto, 65 anos, que adquiriu um jazigo em 2019. “Comprei em 12 parcelas e recebi toda a documentação, mas até hoje nada foi feito. Eu comprei porque nos dois cemitérios da cidade não havia mais terrenos. Fiquei decepcionado”, contou.
Zaqui lembra que, à época, o projeto foi amplamente divulgado. “Tinha até fotos mostrando como o cemitério ficaria pronto. A gente acreditou que logo começariam as obras”, lamentou.