Omenino Arthur de Lima, de 2 anos, deve receber alta hoje pela manhã do Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Jandaia do Sul, para onde foi levado após ser encontrado na tarde de domingo. O menino ficou desaparecido por mais de 40 horas em uma região de mata em Cambira e mobilizou uma operação de busca e salvamento com mais de 130 pessoas, entre agentes das forças de segurança do Estado, equipes especializadas e voluntários.
As buscas pelo menino mobilizaram uma força-tarefa composta por homens do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Defesa Civil, Exército e voluntários civis e também agentes que estavam de folga. Drones com câmeras termais e cães farejadores, além de um helicóptero da PM, foram utilizados na operação.
O menino foi encontrado por um voluntário, que ouviu um choro de criança. Apesar de desidratado e, para surpresa das equipes, Arthur apresenta boas condições de saúde. Segundo o hospital, o menino passou por exames de sangue e uma raio-x de pulmão, que não apresentaram alterações. “A criança segue internada por conta da forte desidratação. Está ativo e reativo”, afirma enfermeira Márcia Santos.
Morador de Cambira há 38 anos, Mauro Pereira de Souza foi quem encontrou o pequeno Arthur. O voluntário estava desde a tarde de sexta-feira (16) atuando nas buscas. Para ele, o único herói da situação é Deus. “O herói é Deus. Deus me deu o dom para encontrar essa criança. Fico muito alegre por ele estar vivo, porque criança é um pedaço da gente. Sem as crianças no mundo, não tinha alegria”, afirma.
Mauro relata que encontrou a criança por volta das 13h45 e que ele estava fraco. “Ele estava desnutrido e não conseguia nem levantar mais. Ele levantava e caía. Se ele ficasse mais uma noite perdido, ele ia falecer”, acredita.
De acordo com o capitão Wallacy Araújo, do 11º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Apucarana, três bombeiros estavam com o cambirense no momento do resgate, e o possível quadro de desidratação da criança era o fator mais preocupante.
“De acordo com relatos da equipe que encontrou essa criança, ela chorou ao ver água. E essa era nossa maior preocupação, apesar de que a gente sabe do risco de ser mordido por um animal silvestre, de ter alguma queda, a gente estava esperando que não tivesse nenhum trauma, mas a desidratação em decorrência do tempo percorrido desde o início do desaparecimento era o fator que mais nos preocupava”, disse o capitão.
O bombeiro ressaltou que Arthur deixou rastros com pegadas, o que acabou facilitando as equipes de buscas. “[A criança] foi encontrada em uma área rural, praticamente numa divisa entre essa propriedade e a vizinha. Em termos de raio, ela foi encontrada a cerca de 500 metros do ponto inicial, mas já no dia de ontem, havia pegadas a 800 metros. Ou seja, ele não seguiu um caminho linear “, explicou.
Mãe agradece agentes e voluntários
Ainda emocionada com o resgate, a mãe de Arthur, Adriana Marques, agradeceu anteontem aos voluntários e socorristas que encontram seu filho. “Estou agora em paz”, disse. Ele afirmou que foi muito angustiante esses quase dois dias sem notícias do filho.
Segundo a mãe, as primeiras horas do desaparecimento foram de desespero, porque não havia rastros da criança. Ela resume em uma palavra o trabalho dos bombeiros, policiais e voluntários. “Gratidão”.
Em relação ao voluntário que encontrou Arthur, ela disse que havia falando com ele na noite de anterior. A esse homem, ela agradece especialmente. “Muito obrigada de coração”.