Sete novas mortes por dengue foram confirmadas em municípios da região no último boletim do período epidemiológico vigente, divulgado ontem. O relatório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) trouxe três óbitos em Apucarana, dois em Grandes Rios, que pertencem a 16ª Regional de Saúde (RS), um em Rosário do Ivaí e outro em Manoel Ribas que são da área de abrangência da 22ª RS de Ivaiporã. O ciclo epidemiológico, iniciado em 30 de julho de 2023, encerrou com 71 óbitos e mais de 58,2 mil casos nas duas regionais.
Em Apucarana as novas mortes confirmadas são de duas mulheres de 36 e 71 anos, e um homem de 67 anos, que morreram no mês e maio. Com isso, Apucarana encerra o período com 27 mortes e 18.619 casos. O município está entre as cidades do Paraná com maior número de casos e óbitos no período.
Grandes Rios confirmou as mortes de duas mulheres, de 77 e 88 anos, ambas com comorbidades, que faleceram entre março e abril. Estas foram as únicas mortes confirmadas no município neste período epidemiológico que soma 549 casos da doença.
Com as novas confirmações a 16ª Regional de Saúde de Apucarana encerra o período com 42.517 casos da doença e 65 óbitos.
As duas novas mortes confirmadas na 22ª Regional de Saúde de Ivaiporã, são de uma mulher de 67 anos, sem comorbidades, que morreu em maio em Rosário do Ivaí, e um homem de 93 anos, com hipertensão e doença hepatológica, que faleceu em abril em Manoel Ribas. Com isso, a regional encerra o período com 15.719 casos e 6 mortes.
O último informe da dengue trouxe mais 8.031 casos da doença e 39 óbitos na última semana em todo o Paraná. Somados aos dados do período, o Paraná contabiliza 939.453 notificações, 595.732 casos confirmados e 610 mortes em decorrência da dengue.
Londrina (40.552), Cascavel (32.338), Maringá (23.232), Apucarana (18.619) e Ponta Grossa (17.440) foram os municípios com mais casos confirmados neste período epidemiológico. No total, são 397 municípios com confirmações da doença. Apenas Agudos do Sul e Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba, não tiveram registros – Tunas do Paraná aparecia até há pouco com um caso confirmado, que foi descartado. Em relação aos óbitos, Cascavel (57), Londrina (52), Toledo (44), Apucarana (27) e Francisco Beltrão (19) lideram a lista.
Mortes superam em três vezes epidemia de 2020 no Paraná
O número de casos é mortes é o maior já registrado no Paraná nos 33 anos que a Sesa acompanha panorama das arboviroses no Paraná. Em 1991, os primeiros dados registrados apresentaram 161 notificações da dengue e 16 casos importados. No ano de 1993 foram registrados os primeiros casos autóctones do Estado, três no total.
Até o período 2023/2024, o ano epidemiológico 2019/2020 era o que concentrava mais casos, com 227.724, além de 177 óbitos. O número de mortes do ciclo atual é mais de três vezes maior, com 610 mortes.
Para a coordenadora da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, os dados de 2023/2024 podem ser atribuídos, em grande parte, às mudanças climáticas, influenciadas, principalmente, pelo El Niño. “As regiões que historicamente apresentavam baixa circulação viral passaram a apresentar um cenário de impacto”, diz. “O aumento da pluviosidade e das temperaturas médias tem sido importantíssimos para a proliferação do Aedes, fazendo com que a densidade vetorial aumente, o que reflete na transmissão da dengue, sendo imprescindível a eliminação dos criadouros”.