As exportações da região somaram US$ 108 milhões entre janeiro a julho deste ano e seguem em alta. Dados do sistema para consultas Comext Stat, do Governo Federal, mostram que 11 municípios registraram atividades no comércio exterior nos primeiros sete meses deste ano com valor exportado 14% maior que o faturamento no mesmo período do ano passado, quando a região totalizou US$ 94,9 milhões. Em termos de volume, o crescimento foi ainda mais acentuado, de 31%
Os móveis fabricados por Arapongas ocupam a primeira posição no ranking de produtos mais vendidos lá fora, totalizando US$ 30,4 milhões. Na sequência aparecem as leveduras de São Pedro do Ivaí, que neste ano já somaram US$ 17 milhões. Na terceira posição estão os açúcares e produtos de confeitaria produzidos por Jandaia do Sul que já somam US$ 15,6 milhões. Os tecidos de algodão produzidos em Apucarana ocupam a quinta posição no ranking regional de produtos mais vendidos no mercado internacional, com faturamento de US$ 4,5 milhões.
No comparativo entre os municípios, Arapongas lidera com o maior valor proveniente de exportação US$ 42 milhões. Além dos móveis, o município também comercializa soja, inseticidas, tecidos de veludo, vidros, entre outros produtos para mais de 30 países.
São Pedro do Ivaí é o segundo maior exportador da região com faturamento de US$ 26 milhões com a comercialização de leveduras, ração animal, tampas para embalagens, pedras e etiquetas de papel para treze países parceiros. Jandaia do Sul soma US$ 16,3 milhões, o terceiro maior valor obtido com exportação principalmente de açúcar e outros produtos como torneiras, materiais têxteis, aparelhos para depurar líquidos, entre outros.
Segundo o economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), dados apontam que as atividades no comércio exterior da região estão em crescimento nos últimos dois anos. “No acumulado de janeiro a julho, o valor total exportado passou de aproximadamente US$ 84,9 milhões em 2022 para US$ 108 milhões em 2024, representando um crescimento de 27%”, destaca o economista.
ALTA NO VOLUME
Em termos de volume, o crescimento foi ainda mais acentuado, de 65,9 mil toneladas para 107,9 mil toneladas nos últimos dois anos, o que equivale a um aumento de aproximadamente 63,6%. No comparativo entre 2023 e 2024 o crescimento foi de 31,5%.
Em Apucarana, os setores que mais apresentaram aumentos relativos do volume exportado foram o de produtos químicos ou conexos (372,7%), peles e couros (177,2%) e animais vivos e produtos do reino animal (124,7%).
Em Arapongas, os maiores aumentos de volumes exportados foram produtos do reino vegetal (1.650,0%), passando de 367,0 t no período de 2023 para 33.462,4 t no mesmo período de 2024 e animais vivos e produtos do reino animal (110,5%), passando de 763,2 t em 2023 para 1.606 t em 2024.
“A taxa de câmbio é um fator crucial para as exportações. Um real mais desvalorizado tende a beneficiar as exportações, pois os produtos brasileiros tornam-se mais competitivos via preços no mercado internacional. Em 2024, se a tendência de desvalorização da moeda brasileira continuar, é provável que as exportações da região aumentem ainda mais em valor, mesmo que os volumes exportados se mantenham estáveis ou cresçam de forma moderada. Contudo, a moeda nacional desvalorizada pode pressionar os custos de importação, afetando setores dependentes de insumos externos”, analisa o economista.
PR bate recorde com soja e açúcar
As exportações paranaenses de soja em grão, açúcar bruto, óleos e combustíveis, geradores e transformadores elétricos e carne de frango industrializada bateram recordes históricos nos primeiros sete meses deste ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O Paraná já exportou US$ 13,6 bilhões em 2024.
No caso da soja, as vendas estaduais ao mercado internacional somaram US$ 3,5 bilhões no acumulado de janeiro a julho de 2024, correspondendo à maior cifra registrada para o período desde 1997, início da série histórica. Também houve um crescimento de 4,6% em relação aos US$ 3,3 bilhões movimentados no mesmo período em 2023, que era o maior registro até então. A soja representa 25% (um quarto) da pauta de exportações do Paraná.
Da mesma forma, as exportações paranaenses de açúcar bruto são as mais relevantes da série de resultados, com receitas de US$ 709 milhões até julho, ficando 41% acima dos US$ 502 milhões contabilizados em idêntico intervalo do ano passado, por exemplo. O melhor resultado tinha sido de janeiro a julho de 2011, com US$ 669 milhões.